Acumulam-se as demissões, a construção civil ultrapassou a horrorosa marca de um milhão de demitidos e os salários continuam a perder o seu poder de compra. É um quadro grave para os trabalhadores e para o movimento sindical, que deve resistir aos piores aspectos da situação.
E, quando o governo, em um espasmo de bom senso formula e implementa o mecanismo do Programa de Proteção ao Emprego (que havia sido amplamente discutido com direções do movimento sindical), o nosso bom senso também nos leva a apoiá-lo e eventualmente melhorá-lo, sem bravatas ou politiquices.
É uma medida parcial, limitada e paliativa, mas que reforça o conjunto de instrumentos de resistência à crise e coloca o movimento sindical bem mais próximo dos trabalhadores que sofrem as consequências dela. Mais que uma discussão abstrata, trata-se agora, de aplicá-lo onde for necessário, se os trabalhadores assim o quiserem e balanceando os seus resultados.
Como assinalaram vários analistas, o PPE contraria, na essência, o plano de ajuste do governo na medida em que se contrapõe às demissões selvagens e ao corte brutal da massa de salários setoriais.
Vamos nos entender: o ajuste como tem sido praticado procura produzir uma forte diminuição salarial no âmbito da economia, pelas demissões e pelo arrocho, acelerada pela recessão.
O PPE, ao contrário, ajuda a resistir a estes malfeitos, ajuda a resistir à recessão.
Os nossos dirigentes que foram a Ufá, cidade industrial nos montes Urais russos, cumpriram lá uma extensa e variada agenda, junto com os representantes dos sindicatos dos outros países do BRICS. Foram recebidos pelo anfitrião Putin e estabeleceram entre si proveitosas relações bilaterais, reforçando a tendência a se constituírem como grupo sindical efetivo.
A má notícia, para nós, adveio da insensibilidade da presidente Dilma que não nos recebeu – nossa delegação e as outras - preferindo desempenhar o papel autista, desinformado e preocupante de quem não está nem ai.