Sócio fundador da Audaces Automação, uma empresa de tecnologia brasileira que possui clientes em 70 países. É formado em Ciências da Computação pela UFSC
A indústria têxtil e de confecções, uma das mais antigas do Brasil, vive uma dicotomia: enquanto suas receitas são corroídas pelas importações, o segmento se vê obrigado a investir, particularmente em tecnologia, para elevar sua eficiência para poder competir.
A Copa evidenciou esse quadro. Levantamento do Siscomex/MDIC aponta que o volume de importação de camisetas de malha mais que dobrou de janeiro a maio ante igual período de 2010, quando da edição anterior do torneio, de 1,46 mil toneladas para 3,1 mil toneladas. Enquanto isso, conforme a Associação de Fabricantes e Exportadores de Artigos Têxteis de Bangladesh, as vendas deste ano de camisetas subiram 14% em função do mundial. De acordo com a ABIT, de janeiro a abril deste ano, houve uma queda de 6,9% no segmento têxtil e crescimento de 0,8% no vestuário, na comparação com igual intervalo anterior.
Nossa indústria tem um perfil variado. Há desde empresas modernas e altamente competitivas internacionalmente até as sucateadas. Para todas, a modernização não é luxo, mas sim questão de sobrevivência, até por conta do Custo Brasil, que afeta muito nossa disputa com os concorrentes de outros países. Além de imprescindível, o investimento na atualização do parque industrial pode parecer alto num primeiro momento, mas os ganhos de eficiência, qualidade e produtividade garantem retorno rápido.
Há soluções acessíveis a empresas de qualquer porte. Os avanços da tecnologia possibilitam a redução de desperdícios de tecido, aumento da produtividade, criação de design diferenciado para conceito de fast fashion, que é uma alternativa para o mercado brasileiro valer-se da rapidez quando concorrem com os importados. É possível produzir moda com custo mais baixo e qualidade superior. Para isso, é necessário aprimorar a produção com o uso das tecnologias disponíveis no mercado.