Jorge Kawamura - Possui graduação em Telecomunicações pelo Instituto Mauá de Tecnologia e mestrado em Engenharia Elétrica. Atualmente é professor do Instituto Mauá de Tecnologia. Tem experiência nas áreas de Engenharia de Computação e Produção, com ênfase em Engenharia de Software, Sistemas de Informação e Manufatura digital.
Marcelo Marques Gomes - Possui graduação em Engenharia Elétrica pelo Instituto Mauá de Tecnologia e mestrado em Engenharia Elétrica e Computação pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Atualmente é professor assistente do Instituto Mauá de Tecnologia na Engenharia de Produção.
Desde a apresentação do conceito da Indústria 4.0 em 2011 na feira de Hannover, houve grande aceleração tecnológica em diversas áreas do conhecimento. Ferramentas como IoT (Internet of Things, ou Internet das Coisas), segurança da informação, computação na nuvem, sistemas integrados, big data, realidade aumentada, robôs autônomos, simulações e manufatura aditiva, que são considerados os pilares da Indústria 4.0, foram surgindo no mercado. Uma das áreas em ascensão foi a área de sensores e atuadores ligados a microcontroladores com comunicação sem fio (configuração básica para ser denominado como IoT ou IIoT - Industrial Internet of Things).
No entanto, somente os dispositivos de IoT não conseguem prover ou gerar informações relevantes. É necessário um sistema integrado ao IoT para que os dados coletados sejam traduzidos em informações relevantes gerando assim indicadores de desempenho para adequada tomada de decisão. Alguns sistemas ou plataformas que fazem a integração mencionada são Azure IoT, AWS IoT, Google Cloud IoT, Thing Speak, ThingWorx, ThingerIO, entre outros. Essas plataformas voltadas para IoT podem oferecer recursos que possibilitam o controle da linha de produção (supervisórios) e criação de dashboards para visualizações de diversas informações simultâneas, consolidadas em uma única tela.
Apesar de existirem dispositivos, plataformas e ferramentas de visualização de dados para IoT, esses recursos podem, se não forem bem utilizados, gerar resultados irrelevantes ou sem valor na linha de produção na qual foram implantados. Por essa razão, o Engenheiro de Produção tem papel fundamental no estudo, planejamento, monitoramento e aperfeiçoamento da linha.
Com a melhoria contínua de processos aliada à utilização de novas tecnologias, é natural que haja incrementos na produtividade de setores competitivos e aumento geral na qualidade dos produtos.
Outras aplicações da IoT, fora dos domínios da Indústria, têm surgido a cada dia. Aplicações no Agronegócio, na área de Saúde, em cidades, residências, e veículos inteligentes e no comércio varejista aproximam cada vez mais o consumidor dessa tecnologia.
Se por um lado, a aplicação dos conceitos de IoT aumentam produtividade da manufatura e qualidade dos bens gerados, por outro lado ajuda a entender melhor o comportamento do consumidor, possibilitando a criação de novas estratégias de vendas, permitindo ganhos também no que se refere a serviços. Pesquisa conduzida por Opinium, em junho de 2017, apontou que 81% dos consumidores brasileiros afirmam que se sentem confortáveis e estão preparados para utilizarem dispositivos conectados para realizar suas compras e, desses consumidores, aproximadamente a metade não faz questão de aprovar explicitamente a compra recomendada pelo dispositivo, ou seja, confiam na tecnologia.
Assim sendo, se avaliarmos o passado recente, IoT era um assunto para futuro distante do mercado e do consumidor final, hoje é o presente e entendemos não se tratar de uma tendência ou modismo, é uma tecnologia que veio para ficar.