Terça, 16 Abril 2024

Murilo 01072015 boneco* Presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp)

Entre tantos desafios vividos pelos brasileiros nesse cenário de pandemia e crise econômica gravíssima, existe um elementar: ter clareza dos números que descrevem a realidade com precisão para que ações a serem tomadas sejam certeiras.

Na noite de domingo (7/6), por exemplo, a sociedade teve acesso a três números diferentes de mortes causadas pela Covid-19, duas (primeiro 1.382, depois 525) do governo federal e outra do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), que informava 1.113 óbitos. Houve também divergência em relação aos casos confirmados no período, conforme divulgado pelos meios de comunicação. O Ministério da Saúde anunciou 12.581 para depois alterar para 18.912.

O primeiríssimo ponto a ser lembrado nesse imbróglio numérico é que não se trata de mera estatística sobre a qual possamos fazer estimativas ou análises descompromissadas. Tais dados representam vidas perdidas, essas tão valiosas quanto a nossa própria ou dos nossos entes queridos. Daí a primordial necessidade de cuidado e seriedade com o levantamento e a divulgação.

Em segundo lugar, é óbvio que fica muitíssimo mais difícil traçar estratégias e bem aplicar os limitados recursos disponíveis para superar esse quadro que se mostra desolador em meio a uma caótica emissão de dados contraditórios.

Nossa precariedade nos sistemas de saúde e de gestão da informação nos órgãos públicos já nos coloca em situação de grande desvantagem nessa guerra sanitária. A escassa testagem – tendo em vista o tamanho da nossa população –, a demora em se obterem os resultados e a ainda frequente possibilidade de erros nesses exames nos mantêm sob uma lamentável névoa de dúvida sobre o que realmente está acontecendo. Ainda, a falta de acesso aos serviços médico-hospitalares gera enorme subnotificação da doença, especialmente em casos, felizmente, menos graves.

Não se trata de buscar números aterrorizantes, mas de enxergar a realidade para tomar as melhores decisões. Isso diz respeito ao poder público e às autoridades sanitárias, mas também às empresas que precisam decidir o que fazer com seus negócios e ao cidadão comum que tem que saber que comportamento adotar.

Até porque vivemos na era da informação, das métricas e análise intensiva de dados, não é possível que deixemos de compreender a relevância de termos acesso, da forma mais abrangente e profunda possível, a tudo o que diz respeito à pandemia. É inaceitável que se faça uso disso para sensacionalismo ou atemorizar indevidamente as pessoas. Mas é igualmente absurdo não fornecer a informação disponível à sociedade e, principalmente, desempenhar a melhor atuação possível para salvar vidas.

Que os governantes compreendam esse quadro e ajam adequadamente. Deles, a população espera compromisso, responsabilidade, dedicação, competência e, principalmente, compaixão verdadeira com os que sofrem.

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