Segunda, 25 Novembro 2024


Milton Lourenço 2015 editada pg* Presidente do Grupo Fiorde, constituído pelas empresas Fiorde Logística Internacional, FTA Transportes e Armazéns Gerais e Barter Comércio Exterior (trading company), todas com matriz em São Paulo e filiais em vários Estados brasileiros. 

Enquanto o caos dominava o cenário mundial com reflexos devastadores no mercado brasileiro, com a Bolsa de Valores de São Paulo chegando a cair mais de 10%, obrigando operadores a suspender os negócios e acionar o chamado circuit braker para maior reflexão sobre o momento, o presidente Jair Bolsonaro passeava, sim, passeava nos Estados Unidos, para jantar na mansão do presidente Donald Trump. Mas, afinal, o que o presidente foi fazer nos Estados Unidos? Jantar com Trump? Para quê?

Certamente, para ouvir que ele já ajudou muito o Brasil ao não aumentar a tarifa sobre alguns produtos brasileiros, mas que, em pouco tempo, esse privilégio deverá acabar. Realmente, não pode ser esse um dos motivos que levam um chefe de Estado a se sujeitar a viajar até os Estados Unidos, simplesmente para participar de um jantar no resort luxuoso de Trump, em Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida. Sinceramente, o Brasil não merecia ter o seu mandatário submetido a esse tipo de constrangimento. Tristes tempos para a nossa diplomacia.

É de se lembrar também que, à época, o nosso ministro da Defesa visitou instalações militares norte-americanas, mas, ao que se saiba, de prático, nada trouxe, a não ser a geração de imagens para a imprensa. Sem contar que, com uma agenda "tão importante" nos Estados Unidos, o presidente ainda teve tempo para visitar o atelier do artista Romero Britto, que, como se sabe, pretende pintar um quadro com a figura do ilustríssimo mandatário, além de projetar outro com a primeira-dama. Dizer o quê?

A total falta de noção e respeito pelo mandato de presidente do Brasil é tão explícita que só pode ser explicada pelo despreparo para o exercício do cargo, o que se tem confirmado com uma sucessão de episódios tão absurdos, como, por exemplo, levar um humorista que o imita para responder às perguntas dos jornalistas que fazem a cobertura dos atos do governo federal. De fato, ficou difícil separar o criador da criatura, pois são duas faces da mesma moeda.

Nesse cenário desolador, agravado pela epidemia de coronavírus, qualquer esperança, ainda que tênue, acaba por se esvair, à medida que a economia chinesa está em desaceleração, provocando também retração nas vendas brasileiras para aquele país, enquanto a intenção de incrementar as exportações para o mercado norte-americano não passa de um sonho de noite de verão, aliás, como se pôde sentir pela quantidade e qualidade dos empresários que participaram da última palestra do presidente Bolsonaro em Miami. Até porque os chineses, para dar continuidade aos negócios com os norte-americanos, terão de importar mais produtos made in USA, inclusive no mesmo segmento da pauta de exportações brasileiras, que inclui grãos, carnes e minério e ferro.

Dessa maneira, o comércio exterior brasileiro continua em compasso de espera, o que não acontecia há alguns anos, implicando em desaquecimento da economia com os resultados que se vê, como níveis absurdos de desemprego e falta de perspectivas para aqueles jovens que chegam agora ao mercado de trabalho. Em outras palavras: o que era esperança transformou-se em preocupação, com os índices de crescimento agora revistos para baixo, n ã o só por organismos internacionais como também pelos próprios setores econômicos brasileiros.

Diante disso, as perspectivas para as operações de comércio exterior, já tão reduzidas nos últimos anos, quando havia um clima de até euforia com a possibilidade de reaquecimento, chegam agora a patamares ainda piores. Para se reverter esse quadro, portanto, é preciso rever a atual política (?) de comércio exterior totalmente, ou seja, em suas premissas e diretrizes básicas, e não apenas em seus pormenores, em especial em relação aos produtos industrializados, sob pena de o País voltar a funcionar apenas como fornecedor de matérias-primas, tal como era até o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945).

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