Quarta, 27 Novembro 2024

Alysson Sanches* Especialista em gestão de incorporação e construções imobiliárias pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e diretor da GT Buiding

Antes de 2020 começar havia um grande questionamento: era ou não início de uma nova década? A pergunta repercutiu em canais on e off-line e a Organização Internacional de Padronização (ISO, em inglês) decidiu se posicionar. Para a entidade, que considera o calendário gregoriano, uma década é quando o número formado é completamente divisível por 10. Então, se de 0 a 9 são 10 anos, é possível afirmar, sim, que 2020 marca um recomeço.

Essa nova fase pode ser extremamente importante na numerologia e no misticismo, mas não é nada diferente para dados tangentes e concretos que já se apresentaram. Um fato para exemplificar: o mercado imobiliário está se reerguendo após um tempo em recessão. Então, o que 2020 traz? Um momento de deleite para as empresas do ramo de imóveis e também para os investidores e compradores, que podem esperar por boas notícias nos próximos meses.

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o Grupo Zap divulgaram no início deste ano que 2019 foi marcado pela retomada da construção civil, subindo 2% após cinco anos consecutivos em queda. A expectativa é que o crescimento seja de 3% em 2020. A mesma pesquisa apontou ainda que o segundo e o terceiro trimestre do ano passado apresentaram um crescimento significativo de potenciais compradores de imóveis.

As novidades imobiliárias também estão em alta. Uma das entidades que afirma isso é a Brain Inteligência Estratégica, empresa de pesquisa e consultoria da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que aponta que haverá menor volume de imóveis em estoque, ou seja, mais opções de lançamento de empreendimentos, o que potencializa as entregas de edifícios no mercado e aumenta as possibilidades de compra.

Os juros em queda também são bons ventos que 2020 traz consigo. Em 2019, o Sistema Especial de Liquidação e Custódia, mais conhecido como taxa Selic, que é a taxa básica de juros, atingiu a mínima histórica, 4,5%, o que fez com que os bancos reduzissem seus próprios encargos. Essa queda impactou diretamente na confiança do mercado e nos financiamentos a longo prazo, como o crédito imobiliário. Para esses casos, a Taxa Referencial de financiamento imobiliário está em torno de 7%, o que na prática ajuda muito quem tem o sonho de ter a casa própria ou planeja investir na renda por meio de imóveis.

A Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), aponta que até o último trimestre de 2019 mais de 62 bilhões de reais foram movimentados no setor da construção civil graças às mais de 200 mil unidades financiadas. Ainda, o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil teve um aumento de 1,3% no terceiro trimestre de 2019, sendo duas vezes maior que o PIB Brasil (0,6%).

Com todas essas informações dispostas em centenas de sites de fundações e entidades que se dedicam a estudar o mercado imobiliário e a economia, não é possível dizer que 2020 não será um bom ano. A nova década chegou marcando uma nova fase e o que se pode esperar desse ano, ao menos no setor de imóveis, é que o futuro é promissor para quem investe e para quem sonha em comprar sua própria residência.

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