Uma semana tumultuada com mistura de boas e más notícias. A conjuntura econômica mantém-se travada apesar dos votos mal intencionados de quem a vê avançar propagandisticamente com passos de tartaruga. A conjuntura social é de desencanto com enormes expectativas de um lado e enormes preocupações de outro. A conjuntura política passa a depender das atitudes que as lideranças tomarão, olhando para o povo ou olhando para seus respectivos apoiadores ou para si próprios.
Na arena sindical mantém-se a expectativa da apresentação formal da PEC do deputado Marcelo Ramos, apoiada pela CUT e pela Força Sindical e por mais de duas centenas de deputados.
Pode-se considerar uma vitória sindical expressiva a conclusão das negociações salariais dos metalúrgicos da Força Sindical, organizados pela federação estadual, que fecharam com os seis mais representativos grupos patronais as convenções coletivas anuais com ganho real. Os petroleiros da FUP têm aprovado os acordos salariais propostos pelo TST e acatados pela Petrobrás, mas subsiste a divisão entre ela e a FNP.
Contra o pacotaço do Guedes as centrais sindicais convocaram atos que, em São Paulo, acontecem na quarta-feira, às 9h, no Theatro Municipal.
Aproximando-se o fim de um ano conturbado deve-se, além de um balanço realista de seu desdobramento, começar a preparar as intervenções sindicais para o próximo ano em que teremos eleições municipais e deveremos enfrentar um conjunto de pautas negativas no Congresso Nacional, além das campanhas salariais costumeiras.
Para o balanço devemos ouvir as bases e para a preparação das lutas de 2020, sem partidarismo, devemos reforçar nossas relações com elas que enfrentam as dificuldades do dia a dia e recorrem aos sindicatos em busca de orientação e defesa.
* Analista político e consultor sindical