Quarta, 27 Novembro 2024

Marília Cardoso*

A palavra exponencial tem aparecido com cada vez mais frequência na mídia e nas rodas de conversas sobre novos modelos de negócios. Para entender o termo, precisamos voltar em 1965, quando Gordon Moore, então presidente da Intel, disse que o número de transistores dos chips teria um aumento de 100%, pelo mesmo custo, a cada período de 18 meses.

Embora a afirmação de Moore tenha sido levada como apenas uma brincadeira, as empresas de semicondutores em geral, como fabricantes de memórias RAM, placas de vídeo e chips acabaram por basear-se nela para definir as suas metas de produção, investindo pesado em pesquisa e desenvolvimento para manter o ritmo acelerado de inovação. E essa observação tem se mostrado assertiva até os dias de hoje.

Conhecida como “Lei de Moore”, essa regra está proporcionando o crescimento exponencial de muitos negócios baseados em tecnologia da informação. Se você comparar a curva de crescimento de uma empresa linear com a de uma empresa exponencial, vai entender bem como a Lei de Moore se aplica. Em média, as organizações exponenciais crescem 10 vezes mais que as empresas lineares.

Empresas lineares registram um crescimento progressivo. Isso quer dizer que, para um o dono de uma fábrica aumentar a sua produtividade, ele precisa fazer um grande investimento para só depois começar a colher os resultados. Em uma empresa baseada em tecnologia, que muitas vezes começa no formato de startup, há um grande investimento inicial, que não necessariamente quer dizer de dinheiro, mas principalmente de desenvolvimento de software.

Até que o sistema fique pronto, a empresa não tem nenhum tipo de faturamento. Depois que é lançada ela pode observar um crescimento exponencial, onde a expansão do negócio não depende mais de novos investimentos lineares, como é o caso de uma indústria de bens de consumo, por exemplo.

Desde que foram criados, os transistores registraram uma melhora na performance de 3.500 vezes. O consumo caiu 90 mil vezes e o custo, 60 mil vezes. Agora, quer saber o que aconteceria se a mesma lógica exponencial, baseada na Lei de Moore, pudesse ser empregada a uma fábrica de automóveis? Hoje, teríamos carros capazes de rodar a 400 mil quilômetros por hora, 800 mil quilômetros por litro e custando míseros 12 centavos. Sensacional, não é?

Agora, a pergunta que não quer calar. Como eu posso criar uma empresa de crescimento exponencial? No livro Organizações Exponenciais, Salim Ismail, revela os segredos dessas empresas. Segundo o autor, esse modelo de negócio demanda, entre outras coisas, o que ele chama de Propósito Massivo Transformador. Esqueça aquele velho conceito de missão, visão e valores. A empresa precisa ser motivada por um propósito, uma razão de ser, que não seja simplesmente gerar lucro aos acionistas.

Ele precisa ser massivo para impactar o maior número de pessoas possível e, logicamente, precisa ser transformador. É necessário mudar o status quo. É esse Propósito Massivo Transformador que vem causando a disrupção em muitos segmentos, fazendo com que os comportamentos das pessoas sejam completamente rompidos com os padrões anteriores e novos sejam criados.

No caso do Google, por exemplo, seu Propósito Massivo Transformador é “Organizar toda a informação do mundo”. Na minha empresa, a PALAS, o Propósito Massivo Transformador é “Preparar as empresas para o futuro”. E você, já sabe qual é o Propósito Massivo Transformador da sua empresa? Esse é o primeiro passo para torná-la uma organização exponencial!

Marília Cardoso
* É jornalista, com pós-graduação em Comunicação Empresarial, MBA em Marketing e pós-MBA em inovação. É empreendedora, além de coach, facilitadora em processos de Design Thinking, consultora e professora de inovação. É fundadora da InformaMídia, agência de comunicação, e sócia-fundadora da PALAS, consultoria de inovação e gestão.

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*Todo o conteúdo contido neste artigo é de responsabilidade de seu autor, não passa por filtros e não reflete necessariamente a posição editorial do Portogente.

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