Eduardo Tardelli*
Hoje, o setor de transportes corresponde a cerca de 12% do PIB brasileiro, sendo um dos principais motores da nossa economia. O principal meio de transporte usado ainda é o rodoviário, que concentra 61,1% da movimentação de cargas ao ano no País, seguido pelo ferroviário (20,7%), aquaviário (13,6%), dutoviário (4,2%) e aeroviário (0,4%), segundo informações da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Somos operados, quase em sua totalidade, por estradas com distâncias gigantescas, nem sempre boas e seguras, deixando quase toda a logística nacional feita por caminhoneiros para escoar a produção e importações. Neste contexto, o gerenciamento de dados e compliance acaba se tornando um auxiliar necessário para a indústria logística de segurança e transporte de valores.
Por meio dessas tecnologias, é possível obter ferramentas para práticas preventivas, essenciais para esses segmentos, e, principalmente, na parte financeira, ao diminuir o número de processos gerados por negligências. Ou seja, o compliance é uma prática que, se bem empregada, não garante apenas o cumprimento de leis, mas também a eficiência das atividades.
No caso de logística e transportes, existem diversas alternativas que podem ajudar, para diferentes operações. Em gestão de risco, alguns processos podem ser otimizados com soluções de automação de coleta de dados, que permitem levantamentos rápidos, precisos e seguros de informações e notícias ligadas aos parceiros comerciais, possibilitando a coleta de informações em fontes públicas e privadas de dados disponíveis na web, e apresentá-las de maneira inteligente para o usuário.
Todo o mapa de logística deve ser "observado" pelo setor de compliance. Desde a captação de recursos, recebimento de mercadorias e rotas traçadas, até abastecimento do veículo, comunicação com dispositivos corporativos e, claro, a checagem no local de destino.
Para uma transportadora, a contratação de motoristas, ajudantes e seus superiores é de suma importância, pois são eles que terão, em sua responsabilidade, toda a mercadoria negociada pela companhia. Em maiores níveis hierárquicos, aumentam as garantias que há ali um compromisso de cumprimento integral da legislação de todos os países em que opere.
Portanto, utilizar os dados ao favor das rotas pode ser essencial para evitar diversos tipos de problemas. Com uma economia em recuperação, maior concorrência no setor de combustíveis e transportes e boas práticas de compliance, uma crise de logística como a vista ano passado pela Greve dos Caminhoneiros passará longe da nossa realidade.
* é CEO da upLexis, empresa de software que desenvolve soluções de busca e estruturação de informações extraídas de grandes volumes de dados (Big Data) extraídos da internet e outras bases de conhecimento