Terça, 26 Novembro 2024

Marília Cardoso*

Costumo dizer que a mudança é a nova constante. Vivemos em um mundo líquido, com transformações cada vez mais aceleradas. Não há como lutar contra ou resistir aos avanços. Inevitavelmente, a tecnologia irá substituir o trabalho de muitas pessoas. E, acredite, não estamos falando apenas de funções meramente operacionais. Muitos profissionais diplomados poderão ser facilmente substituídos por inteligências artificiais num futuro não tão distante.

Arthur Igreja e Allan Costa, especialistas e fundadores do AAA, plataforma especializada em tecnologia, inovação, disrupção e economia transformadora, apontaram em um estudo para a revista Exame, algumas das profissões que devem desaparecer já na próxima década. Quer conhecer algumas?

Piloto de avião: pode parecer difícil imaginar, mas o piloto de avião está no topo da lista de profissões que deve desaparecer em breve. Imagina-se que isso deva acontecer entre os anos de 2025 e 2030. Atualmente, na maior parte do tempo, sistemas computadorizados já pilotam as aeronaves. A interferência humana acontece especialmente nas etapas de decolagem e pouso. E, diversas empresas já fazem testes de aviões 100% autônomos. Estudos apontam que a economia anual pode ser de até 35 bilhões de dólares por ano caso de grande parte dos voos comerciais serem feitos sem a presença de pilotos humanos.

Anestesista: outra profissão que deve acabar é a de anestesista. A Johnson & Johnson já desenvolveu um robô que aplica anestesias em pacientes que serão submetidos a tratamentos mais simples em clínicas e hospitais. O custo por procedimento cai de 2 mil para 150 dólares. Um único médico é capaz de acompanhar múltiplos procedimentos paralelamente.

Contadores: quem também não deve escapar da extinção são os contadores. Dois movimentos devem impactar estas profissões: a digitalização dos processos e o aumento no uso de Blockchain. Boa parte das tarefas dos contadores podem ser automatizadas em grande escala. A startup brasileira Contabilizei é um bom exemplo de disrupção nessa área. Ela faz a contabilidade de milhares de empresas de forma totalmente automatizada, quase sem nenhuma interação humana.

Advogados: os advogados correm o mesmo perigo. Soluções que utilizam inteligência artificial, apoiadas no Watson, o supercomputador da IBM, já conseguem realizar tarefas repetitivas de análise de processos e termos jurídicos com muito mais eficiência e precisão do que os seres humanos. Advogados que executam atividades que dependem de interpretação e deduções subjetivas serão cada vez mais valiosos, enquanto que o trabalho operacional deve ser substituído por tecnologia. A Estônia já está desenvolvendo até um robô juiz.

Engenheiros de software: e se você pensa que os profissionais da área de tecnologia estão imunes a essas transformações, está enganado. Estima-se que a partir de 2027 haverá uma forte redução na demanda por engenheiros de software. Estamos entrando na era em que a inteligência artificial e os frameworks de programação em alto nível permitem que um software gere outros softwares. Desta forma, devemos ter uma redução gradual desses profissionais que serão substituídos por “programadores robôs”.

Se você é profissional de alguma dessas áreas, não se desespere. Muitas outras profissões serão criadas e em várias áreas. Você precisará apenas se adaptar. Analise suas habilidades e como elas podem ser utilizadas para novas demandas. Mas, não espere tudo mudar para começar a se mexer. Em inovação, o único erro é achar que nada vai acontecer.

* É jornalista, com pós-graduação em Comunicação Empresarial, MBA em Marketing e pós-MBA em inovação. É empreendedora, além de coach, facilitadora em processos de Design Thinking, consultora e professora de inovação. É fundadora da InformaMídia, agência de comunicação, e sócia-fundadora da PALAS, consultoria de inovação e gestão.

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