Cicero Bezerra é professor e coordenador do curso de Teologia Bíblica Interconfessional do Centro Universitário Internacional Uninter.
O Dia do Papa é celebrado no dia 29 de junho e, por isso, precisamos falar do papa Francisco (1936), um religioso católico de destaque mundial, o 226º papa da história da Igreja, o primeiro pontífice não europeu em 1,2 mil anos. É o primeiro papa vindo da América Latina, sendo eleito no conclave de 13 de março de 2013. Essa marca é importantíssima devido à representatividade do cargo, que representa o máximo pontífice da religião católica.
De certa forma, o papa Francisco demonstra a quebra de um paradigma significativo na transição papal, um representante do continente latino-americano para exercer uma tarefa global e uma representação de uma das maiores religiões do mundo.
Papa Francisco, título escolhido em homenagem a Francisco de Assis por sua dedicação aos pobres, ou o nome de nascença Jorge Mario Bergoglio, nasceu no bairro de Flores, em Buenos Aires, Argentina, no dia 17 de dezembro de 1936. Filho de um casal de imigrantes italianos do Piemonte, seu pai Mario Bergoglio era ferroviário e a mãe, Regina Maria Sivoni, dona de casa. Família convencional portenha tem seu filho ilustre reconhecido no ambiente da Igreja Católica como seu representante máximo.
De vida simples e família devota, o padre Jorge Mario Bergoglio foi ordenado sacerdote no dia 13 de dezembro de 1969. Logo após graduou-se em Teologia e em 1986 foi para Alemanha, onde defendeu sua tese de doutorado. Em relação a seu modo de vida, morava sozinho num apartamento em Buenos Aires, fazia sua própria comida e se deslocava de ônibus e de metrô.
Sua atuação teológica se deu mais fortemente na 5ª Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizada em Aparecida (SP), durante a visita de Bento XVI. A formação e a vida acadêmica não atrapalharam a devoção às pessoas fragilizadas em todas as sociedades. Inclusive, as suas constantes visitas às favelas foram marcantes no seu ministério.
A humildade também é evidenciada em suas ações, como mostra o trecho da reportagem da Folha de S. Paulo, abaixo:
O papa Francisco almoçou nesta sexta-feira (25) com os funcionários do Vaticano no refeitório do enclave, informou o jornal "Osservatore Romano" no Twitter. Em uma visita surpresa, Francisco chegou ao refeitório dos empregados da Santa Sé e entrou na fila para pegar a bandeja onde foi servido o almoço. O papa se sentou em uma das grandes mesas do refeitório junto com uma dezena de trabalhadores, entre eles alguns operários que vestiam o uniforme oficial do Vaticano.
"Sim, o papa foi nosso convidado hoje, se apresentou normalmente, como o mais humilde dos trabalhadores. Se apresentou aqui, pegou uma bandeja, os talheres, foi para a fila e o servimos. Comeu macarrão com manteiga e merluza", afirmou o cozinheiro do refeitório, Franco Paini, em entrevista à Rádio Vaticana.
Com esse tipo de postura, de almoçar com os trabalhadores do Vaticano, o papa Francisco se identifica com todos, demonstrando não somente sua humildade, mas também evidenciando o amor cristão e se identificando com os ensinamentos de Jesus Cristo. Mostra, ainda, sua atuação no ambiente religioso católico com a ideia de integração e respeitando o pluralismo religioso dos dias atuais.
Sua identificação com os pobres e a participação social tendo em vista a igualdade e o diálogo inter-religioso são marcas importantíssimas desse papado. Num ambiente social em convulsão conforme se vive atualmente, nas diversas partes do mundo a figura papal deve exercer um papel conciliador e promotor da paz, como disse Jesus: “Paz na terra aos homens de boa vontade...”