Estamos passando por uma intensa evolução industrial que se caracteriza por um novo cenário, destacado pela confluência, integração e digitalização de tecnologias maduras e de vanguarda. Esse movimento, conhecido como Indústria 4.0, internet industrial, indústria avançada ou manufatura avançada se tornou conhecido a partir de 2011 e tem como base a digitalização, inteligência artificial, sensoriamento, robótica colaborativa e manufatura híbrida.
As perspectivas desse novo cenário foram abordadas na palestra “Indústria 4.0 Avançada: um Ponto de Inflexão”, com o diretor regional do Senai/SC Jefferson de Oliveira Gomes. O evento foi realizado pela Associação Polo Tecnológico do Oeste Catarinense (Deatec), com o apoio da Fiesc, Senai, Badesc e Sicredi. O atual ritmo de desenvolvimento tecnológico não possui precedentes na história e está exercendo mudanças profundas no modo de viver e trabalhar, além de impactar todas as áreas do conhecimento, economias e indústrias.
De acordo com Gomes, a tecnologia está presente no dia a dia. “Usamos sem perceber. Um smartphone possui 500 vezes mais potência computacional do que a nave que pousou na lua. O nosso desafio é como isso está mudando a sociedade e como serão os impactos em termos de desenvolvimento de novos produtos, de legislações e regulações, de infraestrutura, e qual a formação das pessoas para essa nova era. Estamos acostumados que formação é para jovens, mas vivenciamos uma época em que precisamos formar também pessoas que estão no dia a dia do trabalho”.
O diretor do SENAI ressaltou que o Brasil está nessa onda e é uma grande economia. “A nossa indústria, em diferentes níveis, está bem armada. A questão é se estamos preparados para tanta tecnologia barata”, frisou.
Outra mudança significava será o aumento da expectativa de vida. Segundo Gomes, especialistas indicam que daqui a dez anos será de 140 anos de vida. “Isso significa que será normal encontrar pessoas de 70 ou 80 anos trabalhando. Com tanto tempo de vida muda também o propósito de felicidade. A longevidade e a felicidade são dois pilares da quarta revolução industrial.”
O sócio proprietário da Top System, Edison de Brito, participou da palestra e analisou positivamente o conteúdo abordado. “O tema é atual e motivou para pensar além do que estamos habituados no dia a dia e analisar as tendências de mercado”. O tema do evento também chamou a atenção da sócia proprietária da Inova Informática e membro da diretoria da Deatec, Sinara Perosa. “O palestrante demonstrou a importância dos empresários estarem sempre atualizados. O desafio é acompanhar a evolução da indústria 4.0 e não apenas criar novos produtos, mas aprimorar os existentes. Para o processo de customização, o empresário terá que estar alinhado e informado do que está acontecendo”, avaliou.
As tecnologias da indústria avançada podem permitir que o mundo se torne cada vez mais conectado, aberto para a troca de informações e ideias. Nesse cenário, as empresas estabelecerão redes globais que incorporarão suas máquinas, sistemas de armazenagem e instalações de produção em sistemas ciberfísicos, capazes de trocar informações de forma autônoma entre seus componentes e variáveis externas. Essa nova produção também é caracterizada pela produção em massa e, ao mesmo tempo, customizada às necessidades de cada cliente.
O presidente da Deatec, André Telöcken, enfatizou que a tecnologia se transforma rapidamente e é preciso entender onde se quer chegar. “O papel da Associação nesse contexto é indagar os associados e a comunidade sobre os impactos dessa mudança. É necessário estar preparado para um novo mercado que está cada vez mais exigente. Só estarão preparados para esse novo momento profissionais capacitados, que buscam formação constante e que compreendam e saibam como lidar com soluções inteligentes”, finalizou.