Segunda, 25 Agosto 2025

Os números sobre o uso de drogas no Brasil são alarmantes. De acordo com o SUS (Sistema Único de Saúde), as internações de dependentes de drogas ilícitas cresceram 128% entre 2006 e 2012 e equiparou-se ao número de internações por dependência de álcool.

Mais preocupante ainda é a existência de empresas que têm atividades de risco e que não fazem controle de seus funcionários, assumindo atitude passiva e, portanto, coniventes com acidentes de trabalho decorrentes de falhas cognitivas do usuário de drogas.

De acordo com a Organização Mundial do Trabalho (OIT), o Brasil está entre os cinco primeiros países do mundo em número de acidentes de trabalho. São, em média, 500 mil por ano e quatro mil deles resultam em morte e os setores mais abalados são: construção civil, indústrias, metal/mecânica, eletroeletrônica, movelarias e madeireiras.

A OIT ainda aponta que de 20% a 25% dos acidentes de trabalho no mundo envolvem pessoas sob efeito de álcool, medicamentos ou drogas que causam danos aos outros e a si mesmas. Segundo cálculos do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), o Brasil perde por ano US$ 19 bilhões por absenteísmo, acidentes e enfermidades causadas pelo uso do álcool e outras drogas.

Diante desses dados alarmantes, e simultaneamente às discussões sobre a legalização ou não de determinadas drogas, há uma forte corrente entre as empresas e determinadas instituições sobre o uso de testes toxicológicos.Esses testes detectam a presença de drogas, desde anfetaminas, maconha, cocaína e até crack, por exemplo; quando realizados em cabelos, inclusive, têm larga janela de detecção, ou seja, é possível saber se o indivíduo usa há tempos ou não ou evidenciar o uso pregresso da droga.

De acordo com Cristina Pisaneschi, especialista em testes toxicológicos e diretora da Chromatox (www.chromatox.com.br), "chegamos a um avanço tecnológico tão forte nessa área, que os testes estão sendo utilizados cada vez mais e, em breve, farão parte do dia a dia das empresas e das pessoas. Afinal, as companhias estão preocupadas com seu capital humano em um mundo onde as drogas são facilmente encontradas, com algumas prontamente vendidas nas farmácias, como os tranquilizantes, uma vez que as pessoas vivem sob estresse e pressões constantes".

Cristina explica que a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) foi uma das primeiras agências reguladoras do mundo a seguir as orientações da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) sobre o tema, a exemplo dos Estados Unidos e Austrália. O objetivo é intensificar o controle sobre o uso de substâncias que causam dependência entre os profissionais que lidam diretamente com atividades de risco operacional como pilotos, comissários, mecânicos, despachantes operacionais de voo e também equipes de combate a incêndio nos aeroportos, agentes de segurança e outros.

"A ideia do uso dos testes por entidades como a ANAC não é ter um mecanismo para aumentar a fiscalização e aplicar punições, mas sim mapear e trabalhar na recuperação do indivíduo e na prevenção ao uso de substâncias psicoativas", diz.

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