O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), tem acumulado perdas com a greve dos funcionários da RF (Receita Federal) e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Com a paralisação destes profissionais, responsáveis pelo serviço aduaneiro do terminal, o tempo de importação e exportação dobrou.
De acordo com o aeroporto, com a greve, o tempo para liberação de carga passou de 24 horas para dois dias. Essa morosidade afeta um volume de 632,5 mil toneladas de cargas que passam mensalmente pelo terminal campineiro. "A situação piorou com a adesão dos analistas na terça-feira", afirmou Valdir Santos, presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo.
Santos afirmou que a greve dos funcionários da Anvisa conta com 100% de adesão e gerou três mil processos paralisados. A situação ficou ainda pior com a paralisação da Polícia Federal, quase 80 policiais de Viracopos estão em greve, prejudicando serviços como a emissão de passaportes e a revista de bagagens.
Apesar da paralisação do serviço aduaneiro, a Infraero informou que a greve não afeta as operações de passageiros no aeroporto.
Viracopos tem prejuízo financeiro com greve
A paralização da Polícia Federal e também da Anvisa está gerando um prejuízo diário de US$ 100 mil a Viracopos, afirmou o Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo. De acordo com o sindicalista Santos, atualmente, o aeroporto tem um dos piores desembaraço de mercadorias importadas ou exportadas do Estado.
Enquanto o tempo normal de liberação de produtos no aeroporto pela Receita Federal ficaria ente 12 horas e um dia, com a greve, a média passou para dez dias. As companhias com maior prejuízo são as que operam com mercadorias que precisam de armazenamento nas câmeras frias, já que o preço pago por cinco dias de estoque é de 1,5% o valor do processo na mercadoria.
"Os armazéns de Viracopos já estão no limite. Nosso medo é que essas mercadorias fiquem paradas por muito tempo e se tornem inutilizáveis. O prejuízo seria enorme", afirmou Santos.
O Sindicato dos Auditores da Receita Federal de Campinas informou que a “operação padrão” , quando a fiscalização se torna mais rigorosa e atrasa a liberação de mercadoria, continua até que as reivindicações da categoria sejam atendidas. Entre outros benefícios, os funcionários querem aumento de 30% de reposições salariais desde 2008.
Fonte: WebTranspo