Terça, 24 Junho 2025

 Como reflexo do anúncio global realizado pelo Google no início da semana, envolvendo o corte de 4 mil postos de trabalho na Motorola Mobility, a operação brasileira da fabricante de celulares vai demitir 220 funcionários em sua fábrica instalada em Jaguariúna, no interior de São Paulo. A informação foi divulgada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Jaguariúna e região.

Atualmente, a Motorola Mobility emprega 2,6 mil funcionários na unidade.

A fábrica foi instalada em 1997 e além da produção, abriga um centro de pesquisa e desenvolvimento que cria novos recursos de sistemas que são adotados, inclusive, pela operação global da companhia.

Segundo o sindicato, as demissões começaram a acontecer na quarta-feira e se estenderão até 14 de setembro. A princípio, os cortes estarão restritos ao setor administrativo.

“A empresa firmou um compromisso de não demitir nenhum trabalhador do chão de fábrica nos próximos 30 dias. Queríamos estender esse prazo, mas apesar de ressaltar que não tem intenção de ampliar os cortes, a direção informou que não tem o que fazer se a ordem vier da operação global”, afirmou José Francisco Salvino, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Jaguariúna e Região, ao Valor.

Ao tomar conhecimento das demissões, a primeira iniciativa do sindicato foi propor um plano de demissão voluntária para os funcionários envolvidos, medida que não foi aceita pela Motorola Mobility, sob a mesma alegação de que em função da estratégia ser um direcionamento global, há pouco espaço e autonomia para negociações.

Mesmo sob esse cenário, o sindicato teria assegurado um pacote de compensações para os funcionários incluídos nos cortes. Cada trabalhador receberá meio salário nominal por ano trabalhado, com teto de cinco salários. “A primeira proposta deles era pagar 20% de salário por ano trabalhado, com teto de três salários”, observou Salvino.

O pacote inclui também uma extensão de quatro meses para os planos de assistência médica, além da manutenção, pelo mesmo prazo, do acesso a um programa interno de orientação jurídica e de assistência psicológica aos profissionais. Em outra frente, a Motorola Mobility se comprometeu a desenvolver ações para auxiliar na recolocação profissional desses ex-funcionários.

Procurada pelo Valor, a Motorola Mobility informou por meio de sua assessoria que mantém o posicionamento divulgado no início da semana, quando foram anunciadas a demissões. Em nota, a companhia ressaltou que o Brasil continua a ser um mercado importante.

“Embora a Motorola espere que essa estratégia crie novas oportunidades e ajude sua unidade de dispositivos móveis a retornar à lucratividade, a empresa entende que essas mudanças serão difíceis para os funcionários afetados. A Motorola se compromete a ajuda-los durante esse momento difícil de transição, oferecendo um pacote de indenizações, além de serviços de recolocação profissional”, afirmou o comunicado.

Depois de concluir em maio a aquisição da Motorola Mobility, por US$ 12,5 bilhões, o Google anunciou no início da semana o plano de cortar 4 mil postos de trabalho da fabricante, que hoje possui um quadro de 20 mil funcionários. Em documento enviado à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador americano, a gigante de buscas informou que dois terços das demissões acontecerão nos Estados Unidos e que a estratégia envolverá ainda o fechamento ou consolidação de 30% das 90 instalações da Motorola em todo o mundo.  A estimativa do Google é de que a reestruturação trará um custo de até US$ 275 milhões.

Hoje, um porta-voz da Motorola Mobility afirmou à Dow Jones que o plano de cortes terá um impacto de mais de 1 mil postos de trabalho na operação chinesa.

Fote: Valor Econômico

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