A revitalização do Centro do Rio de Janeiro vai muito além da Zona Portuária, conforme vem sendo divulgado recentemente. Devem ficar prontas ainda em agosto duas das quatro torres do Centro Empresarial Senado. Uma delas tem 20 pavimentos, outra 18 e duas 16, interligadas por um átrio. A incorporadora WTorre aplicou ainda R$ 48 milhões do total de R$ 600 milhões em obras no entorno. O projeto já causa discussões sobre o impacto arquitetônico no Centro antigo do Rio: trata-se do maior prédio comercial da América Latina, com 186 mil metros quadrados. No subsolo dos prédios foram construídos cinco andares de garagem subterrânea para dois mil carros. As informações são do jornal “O Globo”.
O subsecretário municipal de Patrimônio Cultural, Washington Fajardo, criticou a opção por uma garagem tão gigantesca. “Os recursos poderiam ter sido usados numa via que levasse pedestres até o metrô”, disse Fajardo, que é arquiteto. Já o conselheiro do Instituto dos Arquitetos do Brasil no Rio, Luiz Fernando Janot, comentou que uma garagem assim só poderia ter sido construída após estudos muito aprofundados da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio). “Os centros históricos do mundo estão restringindo cada vez mais a entrada de carros, mas, no Rio, infelizmente, não há uma política para conter o automóvel em nossa área central”, disse.
A CET-Rio informou, em nota, que o projeto teve como contrapartida a execução de diversas melhorias na acessibilidade da região, como, por exemplo, intervenções para a transferência da travessia de pedestres em frente à Central do Brasil. Além disso, modificações serão feitas nas vias e calçadas das ruas dos Inválidos, do Senado, na Avenida Henrique Valadares e na Praça da República.
Fonte: Transporte e Ideias