Segunda, 27 Janeiro 2025

O governo federal cedeu e caminhoneiros decidiram suspender bloqueios em estradas que estavam paralisando o transporte de mercadorias no País. O desbloqueio deve acontecer até a manhã de hoje, segundo o líder do movimento, Nélio Botelho, por problemas de segurança. O acordo foi firmado após duas reuniões conduzidas pelo ministro dos Transportes, Paulo Passos, que duraram quase oito horas ao longo da terça-feira. Os caminhoneiros estavam divididos em dois grupos - um que liderava a greve e outro que era contrário à paralisação.

O governo cedeu em três pontos da pauta de reivindicação dos dois grupos, que tinha no total 12 itens, e acenou com a possibilidade de flexibilizar a lei que passou a regulamentar a carga horária dos caminhoneiros. Pela nova lei, que já entrou em vigor, os caminhoneiros têm que ter um descanso de 30 minutos a cada quatro horas de trabalho e um descanso diário de 11 horas contínuas. Os representantes dos dois grupos de caminhoneiros são contrários a esse formato, apesar de defenderem uma regulamentação. Para eles, há problemas operacionais como a falta de pontos de paradas.

Para acabar com a greve, o governo decidiu dar mais 30 dias de fiscalização educativa (ou seja, sem multa) em relação à jornada dos caminhoneiros. Nesse período, será aberta uma mesa de negociação entre representantes dos governos e dos trabalhadores para discutir propostas. O ministro disse que o governo vai ouvir as propostas e, se for o caso, pode fazer alterações na legislação. Os outros dois pontos que o governo atendeu foram a paralisação de novos registros para transportadores e a igualdade de condições entre pequenos e grandes transportadores na hora de fazer o registro eletrônico do pagamento dos fretes.

Ontem, a BR-101 no Estado ficou paralisada em meia pista por quase 15 horas devido a manifestações de caminhoneiros autônomos. Na região de Três Cachoeiras, no Litoral Norte gaúcho, as filas chegaram a mais de 10 km nos dois sentidos. Diante da negativa dos grevistas em liberar a passagem de veículos, os polícias rodoviários, com apoio da Brigada Militar, decidiram intervir para dar fim à mobilização. Pouco depois do meio dia, após longa negociação, as faixas foram totalmente liberadas e o trânsito começou a voltar ao normal.

Também foram realizados protestos em várias outras rodovias do Rio Grande do Sul.  Na BR-116, entre Pelotas e Porto Alegre, duas manifestações com queima de pneus bloquearam totalmente o trânsito. O representante do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), em Porto Alegre, Osmar Lima, condenou as ações de queima de pneus e disse que os atos foram realizados por “grupos revoltados”.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes (CNTT) denunciou a ocorrência de locaute (greve patronal) e de coação contra caminhoneiros por parte de empresas durante as manifestações iniciadas no dia 25.

Fonte: Jornal do Comércio

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