Nos próximos anos, a regulamentação mais forte do setor bancário irá diminuir a atratividade do mercado, e exigir um perfil diferente de profissional. É o que acha o “senior client partner” para o mercado financeiro da consultoria de recrutamento Korn/Ferry no Brasil, Jorge Maluf.
Para ele, a tendência depois de dois ciclos de crise é o aumento de restrições na remuneração. “O que já é uma realidade no exterior irá acontecer aqui”, explica. Deve surgir um equilíbrio maior entre o “front office”, área responsável pelos negócios dos bancos, e o “back office”, onde é feito o controle dos processos. A tendência, segundo ele, é que os líderes sejam mais conscientes de riscos, capazes de lidar com a ambiguidade do cenário econômico global e mais participativos, pois as decisões deverão ser feitas por mais pessoas. “O perfil do profissional vai mudar para pessoas que procuram algo a mais do que apenas ganhar dinheiro, e que tenham mais perspectiva de longo prazo”, diz.
Para ele, as ofertas dos bancos serão mais sofisticadas e o novo profissional deverá saber lidar com essa complexidade. “Temos uma boa cultura de risco de mercado, mas precisamos aprender a lidar com risco de crédito”, explica. Maluf também acha que os bancos brasileiros estão cientes dessas necessidades e estão investindo no desenvolvimento de uma cultura associada a essa realidade, por meio de planos de sucessão e programas de liderança alinhados com esses valores.
Fonte: Valor Econômico
