Quinta, 23 Janeiro 2025

O vice-presidente de Marca, Marketing, Comunicação e Estratégia do Banco Santander no Brasil, Juan Manuel Hoyos, tranquilizou os investidores sobre a saúde financeira da instituição. De acordo com o executivo, a matriz espanhola está capitalizada e não necessita de ajuda externa do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Feef) para enfrentar as turbulências na Europa.

Na semana passada, o ministro de Economia daquele país, Luis de Guindos, depois de muito relutar contra uma injeção de recursos no sistema financeiro, se rendeu às dificuldades e aceitou a oferta de uma linha de crédito que poderá chegar a € 100 bilhões.

O executivo explicou que os recursos disponibilizados para evitar o colapso do sistema financeiro espanhol não serão tomados pelo banco. “A ajuda negociada é destinada a instituições financeiras específicas, o que não é o caso do Santander. Mesmo neste momento de crise na Comunidade Europeia, nossa matriz na Espanha está capitalizada, é rentável e tem uma diversificação geográfica que garante o seu crescimento”, defendeu.

Hoyos diz não temer qualquer tipo de reflexo nas operações brasileiras. Ele explica que o Santander Brasil é uma subsidiária independente e, portanto, regrada pelo Banco central, que regulamenta o fluxo de capital e recursos entre a instituição nacional e a matriz.

“O mesmo vale para os acionistas. Portanto, não há riscos de reflexos negativos com as turbulências enfrentadas na zona do euro, e todas as nossas estratégias indicam crescimento em 2012. Já vi a Espanha em situações tão complicadas como as de agora, e saímos. É evidente que, como espanhol, não me agrada ver o meu país nesta situação. O Brasil também é um exemplo disso, pois já passou por muitos momentos econômicos adversos e os superou. Tenho certeza de que contornaremos esta situação na Espanha”, garante.

O vice-presidente executivo ainda avaliou como positivo o movimento deflagrado pelo BC com foco na redução das taxas de juros bancários. “É algo necessário para um País como o Brasil, que nesta década se consolidará como a quinta maior economia do mundo e, contraditoriamente, possuía uma das taxas mais caras do planeta. É evidente que isto traz algumas mudanças para o sistema financeiro no curto prazo. Entretanto, o Santander continua com margens de crescimento na carteira de clientes”, disse Hoyos em visita a redação do Jornal do Comércio nesta quinta-feira.

Espanha corre risco de perder grau de investimento
O estresse dos mercados com a Espanha também reflete os receios de que o país perca a classificação de grau de investimento pela Moody´s no final do verão do hemisfério Norte. Ao cortar a nota espanhola, na quarta à noite, a agência indicou ainda que o rating continua em revisão para possível novo rebaixamento em três meses. Como a classificação caiu de A3 para Baa3, qualquer outro corte jogará a Espanha no estágio especulativo. Analistas acreditam, na verdade, que o país teve sorte de manter o grau de investimento por enquanto.

A Moody´s mostrou que o governo espanhol perdeu o acesso aos mercados e precisou recorrer ao mecanismo de resgate europeu para capitalizar seus bancos. Os únicos compradores dos títulos soberanos espanhóis são as instituições financeiras nacionais, mas com recursos disponibilizados pelo Banco Central Europeu.

O FMI reiterou não ter planos para financiar a Espanha e que apenas exerce um papel de monitoramento no socorro europeu, no valor de € 100 bilhões para o setor bancário do país, disse hoje o porta-voz do órgão, Gerry Rice. Porém, ele repetiu que o fundo acredita que a Europa deveria usar seus recursos de resgate de emergência diretamente nos bancos, em vez de emprestar aos governos.

Dívida pública italiana sobe a € 1,949 trilhão em abril
A dívida pública da Itália subiu para € 1,949 trilhão (US$ 2,44 trilhões) em abril, uma alta de € 3 bilhões em relação a março, afirmou o Banco da Itália. A dívida do governo italiano corresponde a 120% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O tamanho da dívida da Itália tem levantado temores sobre a solvência fiscal do país, que teve que pagar yield (retorno ao investidor) mais elevado para vender títulos soberanos em um leilão nesta quinta-feira. O gasto com juros da Itália sobre a dívida do país totalizou 3,66% do PIB no ano passado, ante 2,1% do PIB em 2010. O gasto era superior a 4% do PIB quando o euro foi adotado no país, e 11,1% do PIB em 1995.

Fonte: Jornal do Comércio

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