Quarta, 11 Junho 2025

Fonte: Valor Econômico

Por Felipe Datt | Para o Valor, de São Paulo

Evandro Monteiro/Valor/Evandro Monteiro/Valor
Carlos Quintana, da Pepsico: mexicano faz o OneMBA, voltado para profissionais com sete anos de mercado

A Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP) prepara-se para encerrar o ano batendo um novo recorde. Em 2011, os estrangeiros matriculados em cursos como mestrado e MBA atingirão um pico histórico de 333 estudantes, ratificando o crescimento anual de 30% no número de alunos vindos de outros países. Como base de comparação, no mesmo período, 165 brasileiros saíram da escola a fim de estudar em escolas conveniadas no exterior.

A EAESP-FGV está longe de ser um caso isolado, mas reflete tendência verificada nas melhores escolas de administração e negócios intensificada nos últimos cinco anos. O fortalecimento do país e a crise que atinge as economias centrais explicam as razões de cada vez mais estrangeiros desembarcarem no Brasil em busca de ensino de qualidade, com custo atrativo e, em muitos casos, vislumbrando oportunidade de trabalho.

"Não raro, alunos estrangeiros nos perguntam sobre questões envolvendo leis trabalhistas. Temos uma grande quantidade de expatriados à procura de nossos cursos e organizamos, inclusive, aulas sobre cultura e história do Brasil atendendo à demanda dos próprios alunos", explica a coordenadora acadêmica da EAESP-FGV, Marina Heck.

No Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, o número de estrangeiros nos cursos de pós-graduação aumentou 39% neste ano ante 2010, passando de 158 para 220, enquanto o total de brasileiros que foram para o exterior somou 31 alunos. Segundo Irineu Gianesi, diretor de novos projetos acadêmicos, a projeção internacional transformou o Brasil não apenas em um polo de penetração em toda a América Latina, mas na condição de representante dos emergentes com potencial de geração de empregos e taxas de crescimento não acompanhadas pelo Hemisfério Norte. "A educação é obviamente uma porta de entrada e com ela se chega ao entendimento do mercado", afirma.

Contribui também para esse aumento o maior reconhecimento das instituições de ensino locais no exterior, a maior quantidade de convênios com centros de excelência estrangeiros e os certificados internacionais conquistados pelas escolas brasileiras. O Insper, por exemplo, teve de aguardar seis anos para conquistar, em dezembro de 2010, uma das mais importantes certificações internacionais de escolas de negócios, outorgada pela Association to Advance Collegiate Schools of Business.

O crescimento de estrangeiros é acompanhado da diversidade de nacionalidades. Na Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (Ebape-FGV), os cerca de 60 alunos do mestrado matriculados este ano vieram da França, Dinamarca, Portugal e Inglaterra, entre outros países. O número reflete uma alta de 10% ante o total de estrangeiros do ano passado.

O coordenador de relações internacionais da Ebape, Rogério Sobreira, explica que essa mistura é reflexo direto do aumento de parcerias da instituição com escolas fora do eixo tradicional.

De olhos nos estudantes internacionais, a Fundação Instituto de Administração (FIA) desenhou um MBA há três anos com a intenção de dividir a classe de 40 alunos entre brasileiros e estrangeiros. Alunos de fora têm de atender a requisitos como média de sete anos de experiência no mercado para ingressar no curso. Sobram candidatos e faltam vagas. "Enquanto o brasileiro utiliza o curso para galgar postos na carreira executiva, o estrangeiro usa o MBA para empreender, aqui ou em seu país de origem", conta o coordenador do International MBA, James Wright.

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