Fonte: Folha.com
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou que 86 pessoas, entre elas sete tripulantes, apresentaram sintomas de gastroenterite durante a viagem do transatlântico de bandeira holandesa MS Vendaam, que atracou no píer da zona portuária do Rio na manhã desta terça-feira. No mesmo navio, a norte-americana Dorothy Philips, 61, morreu. Segundo o órgão, no entanto, a passageira apresentou problemas cardiovasculares ao ser socorrida na embarcação.
A PF (Polícia Federal) informou que a turista morreu no último dia 20, que não há indícios de crime e que a hipótese de morte natural não foi descartada.
O corpo da estrangeira foi levado para o IML (Instituto Médico Legal) do Rio. Após o laudo da perícia, a PF decidirá se vai abrir ou não um inquérito sobre o caso.
A Folha tentou contato com o consulado americano, mas ainda não obteve retorno. A reportagem também tentou localizar a empresa responsável pelo navio no Brasil, mas nenhum representante foi encontrado.
GASTROENTERITE
No início da tarde, o secretário estadual de Turismo, Ronald Azaro, havia informado que 79 pessoas, entre elas sete tripulantes, passaram mal na viagem.
De acordo com ele, no último dia 6, quando a embarcação passava pelo Chile, a tripulação avisou à Anvisa que algumas pessoas estavam passando mal.
Passageiros afirmaram que o navio saiu de Nova York, nos Estados Unidos, no dia 16 de outubro. Em seguida, a embarcação passou por Valparaiso do Chile; Buenos Aires, na Argentina; e Montevidéu, no Uruguai.
"Foi feita uma notificação à Anvisa, mas a Anvisa não avisou o Estado e o píer, que não estava preparado para receber uma embarcação de grande porte com problemas", disse o secretário. A Anvisa ainda não confirmou se já sabia da suspeita de surto de gastroenterite desde o início do mês.
Rafael Andrade/Folhapress | ||
Transatlântico MS Veendam atraca no Rio após morte de americana |
PISCINA INTERDITADA
Azaro afirma que o "código vermelho" chegou a ser acionado na embarcação nos últimos dias. Ele explica que esse alerta adota procedimentos constantes de limpeza. Passageiros contaram que passaram a receber orientações da tripulação sobre cuidados com a higiene desde a saída do navio do Chile, há duas semanas. Eles também afirmam que a biblioteca e a piscina do navio foram interditadas.
A informação é que, ao desembarcar no Rio, apenas duas pessoas permaneciam infectadas. Os outros passageiros e tripulantes foram liberados.
Ao todo, o navio levava 1.258 passageiros, além de 560 tripulantes. Alguns passageiros ficaram no Rio de Janeiro, como estava programado, e outros devem seguir viagem no transatlântico.
O navio foi desinfetado e deve partir ainda nesta terça-feira para outro cruzeiro. Equipes de técnicos da Anvisa e da Agência de Vigilância Sanitária do município coletaram amostras de alimentos e água da embarcação para identificar o que ocasionou o surto de gastroenterite.