Domingo, 19 Janeiro 2025

Fonte: Valor Econômico

O anúncio que fará a senadora Marta Suplicy (PT-SP) hoje, em entrevista coletiva por ela convocada, deve ser decisivo em relação à realização - ou não - de prévias para a escolha do candidato do PT à prefeitura de São Paulo, em 2012. Se confirmada a desistência de Marta de participar do processo, conforme afiança um dirigente da sigla ao Valor, os pré-candidatos e o ministro da Educação, Fernando Haddad, devem evitar o embate interno e chegar a uma acordo que consagre Haddad como representante petista nas eleições municipais.

O ministro, que passou o feriado preparando sua defesa da decisão da Justiça Federal no Ceará, que anulou 13 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, irá desembarcar na capital paulista sexta-feira, para participar das três últimas reuniões dos pré-candidatos nos diretórios zonais do PT na cidade. Segundo petistas, Haddad deve aproveitar a oportunidade para abordar seus concorrentes e lhes garantir que terão espaço privilegiado na formulação de propostas para a cidade, que serão levadas para a campanha.

Entre defensores do ministro, há ainda a expectativa de que Marta possa sinalizar apoio à candidatura de Haddad, o que abriria caminho para que lideranças como o deputado federal Cândido Vacarezza, defensor da candidatura da senadora, passem para o lado do ministro.

Por ora, os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini negam a possibilidade de deixarem a disputa. Mas dentro do PT é dado como certo que ambos não irão para prévias cujo resultado já esteja delineado. "Cerca de 60% a 70% das lideranças do PT já estão com o Haddad. Quem ainda não está, agora dá indícios de apoiá-lo", atesta o deputado estadual Simão Pedro. O deputado observa que 23 dos 36 presidentes de diretórios zonais do partido na cidade, além de sete dos 11 vereadores em exercício, já aderiram à pré-candidatura do Haddad. Mesmo o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, já declarou que, dado o quadro, "tudo indica que ele [Haddad] será o candidato".

O caso do senador Eduardo Suplicy é diferente. Faltando quatro dias para a entrega das 3.180 assinaturas de filiados necessárias para participar do processo, o senador, sem ter montado uma estrutura para a coleta de apoios e sem a adesão de parlamentares à sua pré-candidatura, obteve cerca de mil assinaturas até agora. "Se os militantes não apoiarem minha candidatura, desisto. Essa é a minha condição. A presidente Dilma [Rousseff] pode até ter pedido para que a Marta retirasse a candidatura, mas estive com ela na festa da revista Carta Capital [segunda-feira] e não pediu nada", afirma. Foi neste mesmo dia, mais cedo, que a presidente conversou com Marta, na base aérea de Congonhas (SP), e pediu para que ela abandonasse a ideia de concorrer à Prefeitura. A ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, repassou o teor da conversa entre Dilma e Marta a jornalistas em Cannes, na França, onde a presidente participa da reunião da cúpula do G-20.

Resolvida a questão da candidatura, Haddad terá ainda de dar conta de outra contenda partidária. Integrantes da executiva municipal do PT têm acusado o deputado federal Vicente Cândido, principal articulador da pré-campanha de Haddad, de querer tomar da direção municipal a coordenação de campanha. Para isso, dizem, Cândido teria até prometido ajuda financeira aos vereadores, para que primeiro apoiassem Haddad e, depois, indicassem seu nome para a coordenação. Cândido nega que tenha usado tal expediente.

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