Sábado, 18 Janeiro 2025

Fonte: Capixabão

Movimento NEGRO no Espírito Santo anda de pernas quebradas.  

A diáspora negra continua acontecendo com referências partidárias.

A influência política esta deixando nossos movimentos a depender dos poderes públicos para se afirmar quanto movimento. Só assim terá ele um espaço para executar suas atividades.

Fica ainda pior quando as lideranças do movimento estão subjugadas as lideranças partidarias. Observamos que alguns comandos partidários usam o processo irracional que usurparam nossos antepassados de suas terras de origem, nossa mãe AFRIKA, o velho metodo “DIVIDIR PARA CONQUISTAR”.

Algumas de nossas lideranças politicas estão de modo velado usando essa velha tática, deixando vir a tona a diáspora dentro do movimento, junto aos seus militantes.

Quando encontrado em eventos, militantes de destaque do movimento, e abordados quanto a sua participação e presença, rebatem com ênfase e desproporção no referente as ações dessas lideranças.
Pasmem, mas algumas delas brigam entre sí para continuarem em destaque por ideais egocêntricos ou vezes voltar para essas posições com fins de representações em eventos nacionais e locais, deixando o verdadeiro foco do movimento NEGRO, que é uma luta diferenciada, alinhada com as necessidades do nosso povo, se esvair. A base desta piramide, a população negra desprovida de conhecimento, atenção, presos a uma cultura obrigatória colocada por alguns brancos, obrigando grande parte de nosso povo a se sujeitar aos metodos impostos, para poderem serem aceitos no meio de uma sociedade capitalista, racista e preconceitosa.
Assim para poder viver, se dispõe ao ostracismo no referente a sua cor, cultura e identidade. Observa-se também em proporções assustadoras, o crescimento do racismo institucional. Esse tipo de racismo coloca o NEGRO em uma posição ainda mais delicada, pois a necessidade de usar os serviços públicos, muita das vezes os obrigando a se sujeitarem a atos ocultos do preconceito e racismo.
Destacamos que o preconceito é o cavalo de batalha do racismo.

Ficamos apreensivos quanto a essas atitudes, pois grandes guerras começaram por esses motivos, e muitas delas ainda persistem. Nossas lideranças dos movimentos NEGROS devem ficar mais atentos a seus claustros politicos, com isso acabam sujeitando-se a ordens e não podendo olhar e agir em favor da base do movimento, que é aquele que mais necessita de nossa atenção política, social, cultural e muitas vezes até afetiva. Negros que foram grande maioria, da parte subsaariana arrancada de suas terras nativas, para serem usados como animais em terras alheias, em beneficio de uma minoria branca e covarde.

Será que teremos que deixar isso acontecer e ficar olhando para nossos umbingos?
Nosso narcisismo político? O povo negro tem pressa. Pressa de atitudes, de ações afirmativas, politícas públicas e afirmações de identidade.
Lideranças, olhem para a base da pirâmide, olhem com os olhos empáticos mesmo que não haja um pedido franco e direto, eles pedem, não dizem com clareza, mas eles pedem, por vezes até imploram, mas destaca-se o silêncio e a sujeição, silêncio da sobrevivência.

Por Marcos Correia(Marcão) - Secretário de Movimentos Negros da UGT-ES - [email protected]

Imagem: Reprodução
Colunista: Ivan de Freitas

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