Fonte: Causa Operária Online
"O PSDB é o marido e acho que o Democratas precisa reagir a essa violência". Esta frase foi publicada no blog da atual prefeita de Ribeirão Preta, Darcy Vera, que há uma semana saiu do DEM e ingressou no recém-fundado PSD. Vera se refere a mais recente crise do DEM que após ver diversos de seus deputados, prefeitos e senadores ingressarem na legenda fundada por Gilberto Kassab agora corre o risco de ficar ainda mais isolado. Seu principal aliado no último período, o PSDB, já deu claros sinais de que pode abandonar a aliança com o DEM em diversos locais, principalmente em São Paulo.
Um possível fim da aliança DEM e PSDB em São Paulo aprofundaria ainda mais a crise do DEM. Há algumas semanas destacamos o fato de que com a debandada de diversos políticos burguêses deste partido para o PSD, o DEM, principal herdeiro da Arena, havia se tornado o “partido dos grotões”. Em São Paulo, por exemplo, o partido não dirige nenhuma cidade com mais de 400 mil habitante. E nacionalmente, deixou de ser um dos quatro maiores partidos do País e passou a ocupar uma posição secundária no Congresso Nacional.
Desta forma, o DEM poderá se ver obrigado a adotar como política em diversas cidades a candidatura própria para a eleição de 2012. Fato que muitos líderes do próprio partido têm assinalado que pode conduzir ao um revés ainda maior. O DEM tem usado sua aliança com o PSDB para ocupar cargos em governos importantes como, por exemplo, o governo estadual de São Paulo.
Neste sentido, o DEM corre o risco de ficar ainda mais isolado do poder do Estado após as eleições municipais.
Este fato somado a sua crescente impopularidade podem levar a completa liquidação do DEM. O que não seria apenas a falência de um partido de direita, mas o sinal mais agudo de falência da ala mais reacionária do regime político.
Fora isso, o avanço da crise capitalista e a crescente mobilização dos trabalhadores também tendem a se voltar contra este setor, o que acarretará em mais um fator para aprofundar sua crise.
A crise do DEM vem desde a ditadura e por isso indica uma profunda desestruturação do regime político e mostra que o Brasil, ao contrário do que afirma o governo do PT, caminha a passos largos para uma crise revolucionária.