Sábado, 18 Janeiro 2025

Fonte: Jornal dos Engenheiros

Representando os profissionais que desaprovam a atuação do órgão nos últimos anos, o engenheiro Amaury Hernandes se lança candidato à Presidência do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo), no pleito a se realizar em 8 de novembro.

Indicado pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp), ele pretende mudar definitivamente a relação do conselho com os profissionais da área tecnológica. “O objetivo é exercer uma fiscalização mais efetiva, administrar de forma transparente, permitindo que as informações financeiras e os trabalhos da entidade sejam divulgados sem restrição, e implantar um sistema integrado de tecnologia da informação para acabar com a lentidão e a burocracia dos processos e serviços”, resume Hernandes.

Apoiado por várias entidades, ele conta que a sua candidatura é fruto da elevada insatisfação dos profissionais de todo o Estado de São Paulo que clamam por uma administração mais eficiente. “De modo geral, o Crea não atende os anseios da categoria. Hoje os profissionais questionam a sua finalidade e sofrem com sua omissão, sobretudo na questão da fiscalização e na defesa do mercado de trabalho. Portanto, é fundamental resgatar o seu papel”, enfatiza. A falha nesse ponto, função primordial do órgão, representa também problema para a sociedade, que depende dessa atuação para se proteger do mau profissional ou do leigo.

Na opinião de Hernandes, o conselho tornou-se “um sistema cartorial perverso”, que só pensa em arrecadar e ao qual é necessário pôr um fim. “Ao profissional cabe apenas o dever da anuidade obrigatória e o pagamento compulsório de taxas. Ninguém tem acesso aos dados, como por exemplo o valor arrecadado com as ARTs (Anotações de Responsabilidade Técnica)”, critica.

Para mudar esse cenário, ele promete modificar o modelo de gestão. “Atualmente, o conselho tem R$ 150 milhões em caixa, e a previsão de arrecadação para 2012 é de R$ 250 milhões, montante que tem sido investido na compra de prédios, terrenos e carros. A nossa proposta é reverter esse dinheiro em benefícios para a categoria, seja na implementação de um sistema de informática que possibilite ao profissional obter documentos online gratuitamente ou mesmo através de programas de qualificação”, aponta o candidato. “É inaceitável um conselho da área tecnológica manter um sistema arcaico e burocrático em que o profissional espera até 15 dias para obter uma certidão”, salienta.

Outro objetivo de Hernandes é fazer com que o Crea-SP participe ativamente dos debates de projetos de interesse social e questões que envolvam os profissionais do Sistema. “É necessário participar das discussões sobre o crescimento do País e mostrar a importância dos profissionais no contexto de desenvolvimento. Além disso, precisa melhorar sua atuação no caso de acidentes, indo até o local fiscalizar e posteriormente emitindo um relatório explicando para a população quais as causas do ocorrido”, sugere.

Nesse sentido, pretende lutar pela aprovação no Congresso Nacional do Projeto de Lei nº 6.994/02, que torna crime o exercício ilegal da engenharia. “Isso não é um lobby da categoria, mas uma necessidade para resguardar o interesse da sociedade, que não deve ser enganada por falsos profissionais nem sofrer as consequências da atuação ilegal com acidentes e mortes. Vamos fazer pressão política para que essa legislação seja sancionada o mais rápido possível”, promete o candidato.

Para garantir que tais mudanças aconteçam, Hernandes convoca engenheiros, geólogos, geógrafos, agrônomos, agrimensores, tecnólogos, meteorologistas e técnicos que compõem o Sistema para participar da votação e assegurar uma eleição representativa, diferente do que ocorreu no último pleito. “Dos 315 mil profissionais aptos a votar em São Paulo, apenas 19 mil compareceram às urnas em 2008. Quem se omite, acaba concordando com o modelo de gestão atual. Portanto, precisamos opinar e votar para que o conselho atenda de fato as necessidades das categorias envolvidas”, conclui.

Quem é Amaury Hernandes
Formado em engenharia civil pela Faculdade de Engenharia de Barretos em 1982, Amaury Hernandes é também especialista em segurança do trabalho pela mesma instituição, modalidade em que atua há 17 anos como professor em várias faculdades de engenharia do Interior paulista. Exerceu diversos cargos junto à iniciativa privada, e como autônomo desenvolveu atividades e projetos e direção técnica em obras residenciais, comerciais e industriais. Foi vereador da cidade de Guapiaçu entre 1982 e 1988 e reeleito em 1992, mandato em que se tornou presidente da Câmara Municipal por dois anos. Atuou como secretário municipal de Trânsito e Transportes em São José do Rio Preto e de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente na cidade de Olímpia. Presidiu a Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de São José do Rio Preto de 2005 a 2008, ano em que passou a integrar o Conselho Estadual de Trânsito do Estado de São Paulo, do qual participou até 2010. Atualmente é consultor de projetos e presidente da Delegacia Sindical do SEESP em São José do Rio Preto.

Programa de trabalho
Transparência
Trazer todas as entidades do setor para as discussões e decisões do Crea-SP. Disponibilizar acesso imediato a informações financeiras e trabalhos do Conselho. Será o fim da caixa preta.

Serviços informatizados
Implantar sistema integrado de tecnologia da informação para todos os processos e produtos do Crea-SP. Será o fim da burocracia e da morosidade.

Fiscalização efetiva
Promover um choque de gestão no sistema de fiscalização do Crea-SP, com foco na proteção à sociedade e na valorização dos profissionais. Fiscalizar com rigor necessário a ocupação irregular de postos de trabalho por profissionais não habilitados nas empresas, órgãos governamentais e instituições de ensino. Será o fim do exercício pirata da profissão.

Presença na vida nacional
Participar ativamente dos debates de questões e projetos de interesse social, inserindo o setor da tecnologia nas esferas de decisão para a formulação de melhores propostas e soluções. Manter canais de diálogo com os amplos setores da engenharia nacional, entidades associativas, de classe e empresariais. Será o fim da administração sem objetivos.

Regulamentação profissional
Lutar pela aprovação no Congresso Nacional do Projeto de Lei nº 6.994/02, que torna crime o exercício ilegal da profissão. Será o fim da impunidade.

Veja programa completo no blog do candidato: http://votoamaury.blogspot.com


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