Fonte: Blog Pluma, Paetês e um pouco mais
O Shopping Rio Sul, através do projeto Rio Sul De Bem com a Moda com Paula Acioli promoveu, nesta última quarta-feira, uma homenagem às Mulatas!
Em comemoração aos dois anos de existência do projeto, foi realizada uma edição de aniversário que presenteou os clientes do estabelecimento com a exibição do filme Mulatas! Um tufão nos quadris e um debate com as Mulatas: Sônia Capeta, lendária Mulata, Rainha de Bateria da Beija-Flor de Nilópolis, Elaine Ribeiro ex-Rainha da Porto da Pedra, Rose Bombom, Mulata da Grande Rio, Ana Pérola, Mulata da Mocidade Independente de Padre Miguel e eu, que vos escrevo, Rafaela Bastos. Todas na foto abaixo com Paula Acioli, Walmor Pamplona e Aydano André Motta, organizadora do evento e diretor e roteirista do fllme, respectivamente.
O mais bacana foi ouvir a justificativa dos organizadores do evento para a escolha deste documentário em uma data marco para o projeto. Segundo Paula Acioli, uma das mais importantes pesquisadoras de moda e comportamento do país, a Mulata é responsável por toda esta brejeirice carioca:
"O RIO SUL De Bem com a Moda, com Paula Acioli está fazendo aniversário, e nessa edição especial, nada mais justo do que homenagear – e em grande estilo – quem, afinal, começou toda essa história de carioca ser de bem com a vida, com o próprio corpo, e também com a moda. De quem estou falando? Das nossas mulatas, é claro! Esta exibição dentro do nosso projeto é uma forma de agradecimento à toda contribuição cultural que a Mulata trouxe à nossa sociedade.”
Desde sempre a questão do corpo é inerente ao comportamento da Mulata, personagem cultural, uma vez que, esta figura, assim como o próprio Carnaval, possui ligação intrínseca com os costumes africanos. Ainda que consideremos a existência de Mulatas louras, morenas e até mesmo de outras nacionalidades, percebemos que ocorre uma apropriação de alguns ritos afros. É a partir dessa percepção que o projeto resolveu prestar esta homenagem a este personagem tão rico do Carnaval. Mulata é uma identidade.
Fico feliz com a homenagem e divido aqui com vocês uma reflexão que tive durante o evento. Não existem mais passistas como Sônia Capeta e, a citar, Aldione (Vila Isabel), Nilce Fran (Portela) e Tânia Bisteka (Mangueira). Essas mulheres é que são verdadeiramente identificadas como Mulatas, passistas e também, o principal, são vistas como segmento representativo de uma escola de samba, assim como, por exemplo, uma porta-bandeira é. Eu acredito que toda passista deveria ser assim reconhecida. Mulatas como as citadas acima podem chegar a qualquer quadra de escola de samba e serão o rosto, o samba no pé das agremiações que representam. Deixo aqui registrado que as admiro muito! Hoje em dia passista para ser reconhecida em outra escola tem que estar uniformizada e em ala. Assim como podem observadas nos dias de desfile.
