“Gostaria de ser lembrado como alguém que amou a vida”, disse o educador Paulo Freire. No dia 19 de setembro, data em que completaria 90 anos, Paulo Freire foi lembrado em várias homenagens pelo país.
Em Belo Horizonte, o Sinpro Minas, a Associação Cultural José Martí e o Projeto Nossa América realizaram, no Centro de Referência do Professor da Rede Privada (Sinpro Cerp), um debate sobre o legado do educador pernambucano. Inspirados no trabalho de alfabetização desenvolvido por Freire, as entidades lançaram a ideia da Campanha Copa sem Analfabetos, que vai exigir mais investimentos para a educação e incentivar projetos de alfabetização.
Na abertura do evento, o presidente do Sinpro Minas, Gilson Reis, fez uma reflexão sobre o que ocorre na educação no Brasil, denunciando a mercantilização do ensino, assim como no Chile, onde os estudantes estão em greve há mais de três meses para exigir que o governo volte a administrar a educação primária e secundária.
Ele também falou sobre a greve dos professores na rede pública de Minas Gerais que já ultrapassou 100 dias. “Nós abandonamos o pensamento de Paulo Freire. É importante que a obra do educador não fique só nos livros, mas na prática”, disse.
Na busca do ideal de educação fundamentada na democracia e na tolerância, Paulo Freire fez história e deixou um legado de lutas e esperança para a educação. A professora Jovelaine Fernandes, mestre em educação pela Uemg, falou sobre a sua tese “Educação e cidadania em Paulo Freire”. “Segundo Freire, a cidadania é conquistada e não doada”, conclui. Para Jovelaine, o principal legado de Paulo Freire é a esperança e a fé de que o homem é capaz de intervir e fazer história.
Também participou como debatedora Conceição Xavier Travalha, professora da FaE/UFMG e representante dos projetos Mova (Movimento de Alfabetização) e Nossa América, que apoiam a campanha Copa sem Analfabetos, juntamente com o Sinpro Minas e a Associação Cultural José Martí. “Se o país investe milhões para a realização da Copa do Mundo, pode investir para retirar os 40 milhões de brasileiros do analfabetismo”, afirma.
Fonte: Sinpro Minas