Preocupado com a instalação da maior usina termelétrica do mundo, que ficará no Complexo Portuário de Suape, o deputado federal Raul Henry (PMDB) fez alertas acerca dos riscos que o novo empreendimento trará para Pernambuco. Segundo Raul, o maior cartão postal do Estado, Porto de Galinhas, corre sério risco ambiental. Além disso, haverá um grande lançamento de gases tóxicos no ambiente.
“A usina Suape III terá uma potência instalada de 1.452 megawatts, e seu combustível será óleo pesado tipo B1, com enorme teor de enxofre. Sua capacidade poluidora corresponde ao lançamento de 24 mil toneladas de CO2 por dia, o que resulta em aproximadamente 8 milhões de toneladas de gases que causam efeito estufa por ano, um terço de toda a poluição causada pelo setor elétrico no Brasil”, advertiu.
Os gases ainda podem provocar chuva ácida, com alto teor de ácido nítrico e ácido sulfúrico, de acordo com Raul. “Mas não é só isso. Para o funcionamento dessa térmica é necessário um terminal de armazenamento para 200 mil toneladas de óleo pesado, em pleno litoral sul de Pernambuco, onde se localizam as mais belas praias do estado, como é o caso de Porto de Galinhas e da Praia dos Carneiros”, colocou. Suape fica a aproximadamente 8 km de Porto de Galinhas. Qualquer acidente ambiental degradará irreversivelmente o maior ativo turístico de Pernambuco, que são as praias do litoral.
Os argumentos do Governo do Estado e dos investidores é o aporte de dois bilhões de reais, a geração de 500 empregos diretos e a arrecadação de mais impostos. Acerca disso, Raul considera os argumentos pífios e injustificáveis. “O próprio representante do Grupo Bertin afirmou querer concentrar esses investimentos em Pernambuco porque a licença ambiental está extremamente difícil em Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte. Daí a intenção de concentrar cinco usinas em uma só, e fazer de Pernambuco a localização desse Cavalo de Tróia, arruinando a imagem internacional do Complexo Industrial e Portuário de Suape como projeto ambientalmente sustentável”.
O Governo do Estado e o Grupo Bertin assinaram no último dia 13 de setembro um protocolo de intenções para construir em Pernambuco a maior usina suja do mundo. O Estado comprometeu-se com incentivos fiscais de ICMS e a cessão de 94 hectares de terra para a instalação da usina.
Fonte: Diário do Congresso