Sexta, 17 Janeiro 2025

No dia em que foi visitar a filha que tinha dado à luz uma menina, a dona de casa Luzia Souza Santana, de 48 anos, morreu após cair no fosso de um dos elevadores do Hospital Maternidade Interlagos, na Rua Leonor Alvim, em Cidade Dutra, zona sul de São Paulo. O corpo de Luzia só foi encontrado cerca de duas horas depois do acidente, após o mesmo elevador apresentar novo problema. Dessa vez, o equipamento ficou parado entre dois andares e funcionários do hospital tiveram de retirar as pessoas que estavam presas dentro do elevador.

De acordo com parentes, Luzia chegou à maternidade por volta das 20h30 de anteontem, acompanhada de uma amiga, a autônoma Cleide Alves Ferreira, de 45 anos. A dona de casa recebeu autorização para ir até o 1.º andar, onde a filha estava internada. Cleide ficou aguardando o retorno da amiga para poder subir no quarto, pois os pacientes podem receber somente um visitante por vez.

Como Luzia não voltou depois de uma hora, Cleide pediu para um segurança verificar se ela ainda estava no quarto da filha. A dona de casa não estava lá. Cleide foi autorizada a subir para fazer a visita e depois foi embora para casa. Ela só ficou sabendo da morte ontem de madrugada, depois de ser chamada para ir até o 98.º Distrito Policial, no Jardim Miriam. Na delegacia, Cleide contou que pensou que a amiga tinha saído do hospital por outra portaria.

A morte de Luzia foi descoberta após um técnico da empresa responsável pela manutenção do elevador ser acionado para verificar o equipamento, que parou entre o 2.º e 3.º andares pouco antes das 23h. Ao fazer uma vistoria no fosso do elevador, o técnico encontrou o corpo da dona de casa. Segundo a polícia, havia cerca de 20 centímetros de água no local.

O caso foi registrado como morte suspeita e será investigado pelo 48.º DP, em Cidade Dutra. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, a Polícia Civil vai fazer a perícia do elevador para apurar a falha do equipamento. A polícia não encontrou testemunhas para saber se a dona de casa entrou no elevador sem perceber que a cabine não tinha parado no piso, apesar da abertura da porta. O equipamento foi interditado ontem.

A Secretaria Estadual da Saúde informou que a última manutenção do elevador foi feita na terça-feira. Ainda segundo a secretaria, a manutenção do equipamento é feita mensalmente pela empresa Crel Elevadores. De acordo com a Secretaria Especial de Controle Urbano, da Prefeitura de São Paulo, a Crel Elevadores está cadastrada no Departamento de Controle do Uso de Imóveis (Contru) como empresa autorizada para fazer reparos e manutenção desses equipamentos. Hoje 92 empresas têm autorização do órgão municipal para fazer a conservação dos mais de 60 mil elevadores que existem na cidade. Ainda segundo a Secretaria Especial de Controle Urbano, o Relatório de Inspeção Anual (RIA) do elevador estava em dia.

O vidraceiro Ivan Aparecido Santana, de 25 anos, filho de Luzia, disse que a família está pensando na possibilidade de processar o hospital por causa da morte da dona de casa. “Provavelmente vamos fazer isso depois que esfriarmos a cabeça”, disse Santana. Segundo ele, a irmã já foi avisada sobre a morte da mãe e está sendo amparada por parentes.

Fonte: Blog Segurança - Jornal da Tarde

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