Se as 17 empreiteiras que operam na Usiminas não apresentarem melhor contraproposta, para renovação do acordo coletivo de trabalho em agosto, seus 7 mil operários devem entrar em greve.
Eles terão assembléia na sexta-feira (12), às 18h30, na subsede do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial, em Cubatão.
Nesta quarta-feira (10), a diretoria do Sintracomos tem negociação com as empresas, na sede, em Santos. A categoria reivindica reajuste de 6,8% (INPC) e o mesmo índice de aumento real.
A assembléia de 29 de julho (foto anexa) recusou reajuste total de 9% e lamentou a falta de proposta patronal para reajuste do vale-refeição, que tem valores diferentes, conforme cada empreiteira.
Metade das terceirizadas não paga o benefício e nem se propôs a pagar. A outra metade paga de R$ 50 a R$ 200, mas não apresentou proposta de reajuste.
Migração
Em negociação na quinta-feira passada (4), a diretoria do sindicato comunicou às empresas que aguardará nova proposta até o início da assembléia desta semana.
O presidente Geraldino Cruz abriu a negociação dizendo que os trabalhadores até compreendem a crise atual do aço, mas sabem que o mercado fora da Usiminas está aquecido.
O tesoureiro Macaé Marcos Braz de Oliveira reforçou que será muito difícil evitar a paralisação sem a melhoria do vale-refeição e concessão do benefício a todos os trabalhadores.
Explicaram que a categoria quer um bom acordo. E que se esse acordo não sair, mesmo com greve, o pessoal migrará para outras empresas do pólo industrial ou da construção predial.
“Ou seja”, diz Geraldino, “se as empresas correrem, o bicho pega. Se ficarem, o bicho come. A situação não está nada confortável para delas. E o melhor é apresentarem uma boa contraproposta.”
“Quando tudo está bem, as empresas não sugerem a divisão dos lucros com os operários”, completa Macaé. “Ao contrário, sufocam a ‘plr’. Mas quando está tudo mal, querem dividir os prejuízos.”
Em bloco
Na negociação da semana passada, o representante das empresas permanentes, José Emídio Teixeira, reiterou dificuldades, mas garantiu que se esforçará para melhorar a contraproposta.
O mesmo disse o representante das empreiteiras de obra, Salvador Prado Júnior. As empresas podem fazer contrapropostas por blocos, ou seja, diferentes.
Assembléia de 29 de julho, com mais de 800 homens na subsede cubatense do sindicato, mostrou que quer um bom acordo
A assembléia será na Avenida Joaquim Miguel Couto, 337, provavelmente na calçada e rua, devido ao grande número esperado de trabalhadores, muito mais que os 800 de 29 de julho.
Fonte: Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Santos