Quarta, 15 Janeiro 2025

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo realizou na última quinta-feira (4) novo protesto contra a demissão do dirigente sindical Carlos Castro na cidade de Piracicaba. Desta vez, as manifestações ocorerram em praça pública, na Câmara Municipal da cidade e também em frente ao Jornal de Piracicaba, de onde Castro foi demitido em plena Campanha Salarial pelo sócio-proprietário do jornal, Marcelo Batuíra, que também é presidente do Sindicato dos Jornais e Revistas do Interior (Sindjori).

Das manifestações participaram, além do próprio Castro, o presidente do Sindicato, José Augusto Camargo (Guto), o secretário geral André Freire, a secretária do Interior e dirigente da CUT-SP, Lilian Parise, o adjunto Edivaldo Almeida, além dos diretores José Eduardo Cardoso, Clélia Cardin (Telê), Vladimir Miranda, Agildo Nogueira Jr., Vitor Ribeiro e Martim Vieira, diretor da Regional de Piracicaba. 


Diante da dispensa do jornalista e sindicalista, O Sindicato realizou diversas manifestações na cidade, em atos públicos em praça pública e concentração em frente a redação do Jornal de Piracicaba, com utilização de carro de som e distribuição de material impresso para criticar a decisão da empresa. O movimento teve repercussão na Câmara de Vereadores, onde o vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) se comprometeu a apresentar Moção de Protesto e de Apelo para tentar reverter a situação.


O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, José Augusto Camargo (Guto) ocupou a Tribuna da Câmara Municipal de Piracicaba para tentar mostrar a insatisfação da categoria frente à demissão sumária de Carlos Castro, que por mais de 25 anos atuou na redação do Jornal de Piracicaba. O profissional foi dispensado em pleno processo de negociação salarial. Guto também comentou sobre outras demandas locais, envolvendo diretores da entidade em Piracicaba.

Autoritarismo e movimento antissindical

Já a secretária do interior do Sindicato e diretora estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Lilian Parise, denunciou na Tribuna da Câmara Municipal de Piracicaba o autoritarismo e movimento antissindical que setores do patronato impõem a trabalhadores que lutam por melhores condições de trabalho. Lilian condenou a atitude do diretor-proprietário do Jornal de Piracicaba, Marcelo Batuíra, na dispensa do jornalista e sindicalista, Carlos Castro, que trabalhou há mais de 25 anos na empresa.
“Não dá para admitir perseguição a um dirigente sindical, eleito legitimamente para defender os direitos da categoria, principalmente em pleno processo de negociação para garantir avanços e ampliar conquistas. A atitude patronal é ilegal e autoritária. Mais grave é a prática antissindical na tentativa de intimidar a entidade”, afirma Lílian Parise, secretária do Interior e Litoral do Sindicato e dirigente da CUT-SP. 
Lilian destacou o papel da CUT estadual na luta pelo direito à organização sindical nos locais de trabalho. Também externou a posição do presidente estadual da entidade, Adi dos Santos Lima e do secretário de comunicação, Daniel Reis. A entidade luta pela readmissão imediata de Carlos Castro.

Ela também discorreu sobre o assédio moral nas relações trabalhistas, bem como sobre a falsa visão de glamour que envolve a profissão de jornalista perante a sociedade. A consideração é que a categoria é uma das que mais sofre com o assédio moral no Brasil, onde mais de 80 por cento dos profissionais temem perder e emprego e, 24 por cento estão na fase de exaustão.

A cronologia da crise

Início de junho – Profissionais do Jornal de Piracicaba param a redação por mais de uma hora para defender a manutenção do plano de saúde da categoria diante das mudanças unilaterais que o dono do jornal queria impor aos trabalhadores.

7 de junho– O Sindicato Itinerante, projeto da Secretaria do Interior e Litoral, começa a mobilização dos jornalistas exatamente pela cidade de Piracicaba, cidade sede do jornal do presidente do sindicato patronal.

8 de junho– Valeu a pressão e a insistência do SJSP, pois o Sindjori resolve finalmente abrir a negociação da Campanha Salarial 2011, com a rodada inaugural marcada depois de garantia da data-base em 1º de junho.

15 de junho– Segunda reunião do processo negocial com o Sindijori, quando o SJSP reafirma as reivindicações prioritárias para os jornalistas do interior e litoral: equiparação do piso salarial com o da capital, aumento real de salários, PLR de verdade e adicional multiplataforma.

21 de junho– Durante a terceira reunião do processo negocial, o SJSP rejeita a primeira proposta do sindicato patronal na mesa de negociação – reposição da inflação no piso salarial e reajuste em cascata para salários acima do piso.

29 de junho– A proposta do sindicato patronal na quarta rodada ainda é insuficiente com 7% de reajuste no piso e salários, apenas 0,5% de aumento real. De novo, o SJSP rejeita a proposta na mesa.

21 de julho– Cerca de 40 dias depois da paralisação de uma hora para defender o plano de saúde, o dono do Jornal de Piracicaba e presidente do sindicato patronal demite arbitrariamente o diretor do Conselho Fiscal do SJSP, jornalista com mais de 25 anos de redação e atualmente editor de paginação. Em carta ao Jornal de Piracicaba, o SJSP protesta diante da arbitrariedade, repudia a demissão ilegal e exige a reintegração do diretor.

22 de julho– Em artigo, o diretor de Comunicação da CUT-SP, Daniel Reis, faz duras críticas contra a demissão do dirigente sindical dos jornalistas, dizendo tratar-se de “um atraso nas relações de trabalho e a presença de resquícios de um passado escravocrata e de uma cultura conservadora e autoritária ainda enraizada na cabeça de muitos empresários”.

27 de julho– O SJSP promove manifestação na praça central de Piracicaba junto com vários sindicatos da CUT e de entidades independentes para denunciar a prática antissindical do dono do jornal mais antigo e tradicional da cidade. Representada pela dirigente Lílian Parise, a CUT-SP envia nota de solidariedade. Durante ato de protesto, o SJSP distribui Carta Aberta à População para denunciar também “a forma desumana e desrespeitosa como são tratados os profissionais da notícia” pelos chamados “donos da imprensa”.

Fonte: CUT

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