A questão está sendo debatida pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Previsto para ficar concluído em outubro, o projeto da Ferrovia Litorânea pode atrasar devido à indefinição sobre a transposição da área indígena do Morro dos Cavalos, em Palhoça. O impasse pode inviabilizar financeiramente a ferrovia. O presidente da Câmara e primeiro vice-presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, defendeu um reforço na mobilização da sociedade pela viabilização ferrovia. “Precisamos melhorar a comunicação entre os órgãos envolvidos na elaboração e na aprovação do projeto."
Ferrovia que deverá ligar os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, e que faz parte da segunda etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL) do governo federal, é considerada estratégica para a economia do País. O empreendimento terá como objetivo principal proporcionar acesso direto ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), ao Complexo Industrial do Porto do Açu (RJ) e ao Complexo Logístico do Porto Central (ES) por meio de uma infraestrutura moderna a partir da malha de bitola larga dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, concedida à MRS Logística, e da Ferrovia Vitória-Minas. A via terá cerca de 580 quilômetros e custo estimado de R$ 7,8 bilhões.
A Comissão de Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e o Movimento Pró-Logística começam a partir desta quinta-feira (30/7) uma visita técnica a BR-163. O roteiro começa na Região Norte de Mato Grosso, no município de Sinop, e terminará no município de Santarém, no Oeste do Pará. O grupo percorrerá 1.339 quilômetros, com o objetivo de verificar uma das principais rotas de escoamentos dos grãos produzidos no Estado. “Queremos analisar o andamento dos trechos que estão em obras e fazer um comparativo da última visita técnica que fizemos no local, no fim de 2014”, explica o gerente de Relações Institucionais da Aprosoja, Frederico Azevedo.
“Outro objetivo é analisar a qualidade dessas obras que estão sendo executadas, uma vez que em alguns trechos algumas empreiteiras abandonaram as obras e outras assumiram. Sabemos que é fundamental fazer o acompanhamento, uma vez que concluída, a rodovia vai baratear o frete e trazer desenvolvimento para essas regiões”, avalia Azevedo.
Segundo o professor da Universidade Estadual de Campinas, o engenheiro eletrônico Mauro Lourenço Dias, o governo parece disposto a encontrar saídas para reduzir os custos logísticos da cabotagem, o transporte de carga de porto para o porto por via marítima dentro do próprio país. Ele informa que existem dois grupos de trabalho preparando propostas para o setor, um no Ministério da Agricultura e outro na Secretaria de Portos (SEP). "Ambos enfrentam um problema comum: na maioria das vezes, as propostas criam custos ou sugerem cortes que diminuem a arrecadação de impostos. E os cofres públicos andam com o caixa baixo", adverte.
A pergunta é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, para quem o Mercosul, como bloco econômico, é um relativo fracasso. "Existe há muito tempo, mas registra poucos avanços." Para ele, depois de mais de 40 reuniões de cúpula, existem muitos enunciados grandiloquentes e poucos avanços.