Os sindicatos dos operários portuários (Sintraport) e dos estivadores paralisarão as duas margens do Porto de Santos (litoral paulista) e a entrada da cidade, na terça-feira (5), das 7 às 13 horas. É o que garantem as lideranças sindicais das duas categorias. O alvo do protesto é a Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport) e um alerta ao prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), dizem os dirigentes Claudiomiro Machado ‘Miro’ (Sintraport) e Rodnei Oliveira da Silva ‘Nei’ (estiva).
Foto: Matheus Tagé/Diário do Litoral
Estivadores em um dos protestos contra a Embraport, no Porto de Santos
Eles explicam que, com a paralisação dos operários portuários e dos estivadores, os demais segmentos portuários serão paralisados também, pois dependem das atividades de carga, descarga e estivagem. Os sindicalistas afirmam que as cidades da região sofrem prejuízos por causa da Embraport. “A intransigência da administração desse terminal não prejudica apenas os trabalhadores avulsos do porto”, defende Miro, “mas também a economia regional”.
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Para ele, “a perda do mercado de trabalho e do poder aquisitivo dos avulsos, iniciada com a Embraport, tem um ‘efeito cascata’ sobre os demais terminais, que passam a agir da mesma maneira”.
Já o presidente da estiva santista diz que, “após a decisão da Embraport de segregar os avulsos, os demais terminais se sentiram no direito de também trabalhar com mão de obra própria”. O estivador observa, porém, que “os demais terminais tiveram a dignidade de fazer acordos com o sistema misto de trabalho, 50% avulso e 50% com vinculados”.
Desde o dia 29 último, a Embraport vem trabalhando exclusivamente com empregados vinculados, quando venceu um acordo que o terminal mantinha com os sindicatos, com a intermediação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O tratado estabelecia o sistema misto de 50%. Mas na última reunião entre as partes, em 31 último, em Brasília, não houve acordo.