A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), entidade que congrega 18 sindicatos desses profissionais de todo o Brasil, publicou nota oficial, no dia 25 último, contra a anunciada privatização da Eletrobras pelo governo Temer. Segundo a entidade, tal atitude "significará grave deterioração do setor elétrico brasileiro, atingirá frontalmente os interesses estratégicos do País e certamente representará prejuízo aos empregados da companhia e à população como um todo. Portanto, deve ser rejeitada e combatida pela sociedade brasileira".
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A federação argumenta que a "atração de capitais privados para a venda de ações se dará justamente pela transformação dos atuais contratos de concessão de subsidiárias da Eletrobras, que estabelecem as receitas de 14 usinas hidrelétricas antigas, remuneradas pelo regime de cotas". Isso provocará, continua o manifesto da engenharia, aumento brutal das tarifas a serem pagas pelas distribuidoras de energia, o que, obviamente, será repassado aos consumidores finais.
Para os engenheiros reunidos pela entidade, entregar ao controle privado a Eletrobras, que é responsável por 31% da geração de energia e de 47% do sistema de transmissão no País, "é abrir mão da maior holding do setor na América Latina dentro da qual nasceu o bem-sucedido sistema interligado brasileiro".
A FNE não tem dúvida quanto ao caráter da empresa para o Brasil: "A tarefa a ser cumprida é o resgate da Eletrobras e o aprimoramento do setor elétrico no País. Energia é bem essencial e deve permanecer sob controle do Estado para que se garantam desenvolvimento econômico, bem-estar social e soberania nacional."