Sexta, 29 Novembro 2024

Reunidos em seminário na última segunda-feira (19), na capital paulista, lideranças nacionais dos engenheiros e entidades empresariais discutiram a defesa intransigente da Petrobras e da engenharia brasileira, seriamente atingidas por "uma lavagem cerebral" em curso no Brasil, tendo como "pano de fundo" a crise econômica propriamente dita e as diversas investigações de desmandos na petrolífera e outras grandes empresas. O vice-presidente da Associações dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Fernando Siqueira, acredita que o Brasil é maior que a crise e saberá superar os desafios colocados. 

Ildo Sauer, ex-diretor da companhia de 2003 a 2008 e professor do Instituto de Engenharia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEA-USP), define como um "crime" o que estão fazendo com a Petrobras e defende: "O Brasil não pode desperdiçar o papel da Petrobras e do pré-sal na disputa geopolítica em escala global." Ainda de acordo com ele, o que se vê hoje no País é a destruição de toda a sua base produtiva, “e no centro desse desastre todo está a desvalorização da Petrobras, alguns colocando que a empresa é um lixo. Um crime sem dúvida nenhuma o que fazem com ela. A Petrobras precisa ser defendida, ela pode garantir um futuro soberano e digno para o País”.

Siqueira, para mostrar o que está em jogo com a desmoralização da Petrobras, falou sobre a conjuntura internacional do petróleo, observando que o combustível “é a fonte mais eficiente de energia, fácil de extrair, transportar e utilizar e responsável por 92% do transporte mundial de pessoas e produtos”. E foi taxativo: “Ele foi e ainda é o pivô de todas as guerras.” O petróleo é ainda matéria-prima de mais de três mil produtos petroquímicos e está presente em mais de 85% de bens de uso comum do nosso dia a dia, explicou.

Para ele, a sociedade brasileira precisa entender o que está em jogo nessa questão sob pena de comprometer o futuro do País. Ele exemplificou, citando o caso da Noruega que, até a década de 1970, era o segundo país mais pobre da Europa. Mas, a partir da descoberta de petróleo no Mar do Norte, o governo norueguês criou a Statoil e se tornou o país mais desenvolvido do mundo, com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nos últimos cinco anos. “E ainda tem uma reserva de oito bilhões de barris, um Fundo Soberano de 900 bilhões de euros para quando acabar o petróleo, manter a qualidade de vida”, apresentou o vice da Apaet. Por outro, prosseguiu, os países que entregaram seu petróleo para multinacionais estão na miséria, são os casos de Gabão, Nigéria, Angola, Iraque e outros. Siqueira advertiu que o Brasil pode tomar o caminho do segundo grupo se não preservar a Petrobras, o modelo de partilha na exploração do pré-sal, não investir em educação, saúde e na indústria nacional com a política do conteúdo local. Para tanto, entre outras ações, ele defende a participação da sociedade nas definições das políticas para exploração do petróleo.

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*O Dia a Dia é a opinião do Portogente

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