O relatório da Unctad destacou ainda um processo de desindustrialização precoce do Brasil e de outros países emergentes nas últimas décadas. Segundo o documento, a participação da manufatura na economia e geração de emprego brasileira caiu de cerca de 27% na década de 1970 para em torno de 11% em 2014. O mesmo ocorreu na África do Sul, cuja fatia da indústria manufatureira passou de 23% para 13,3% no mesmo período.
“Esse processo acontecer em países desenvolvidos é inevitável, mas nos países em desenvolvimento, parece um pouco precoce abandonar a estratégia de promoção da industrialização, já que o catching up (processo em que as economias em desenvolvimento se aproximam do nível de riqueza acumulada das economias mais desenvolvidas) ainda passa pela industrialização”, declarou oficial de assuntos econômicos do órgão internacional.
Entre as causas desse processo de desindustrialização precoce nos emergentes, segundo o relatório, está o abandono das políticas desenvolvimentistas em alguns países, a sobrevalorização cambial, a abertura comercial abrupta e muitas vezes unilateral, além da própria “financeirização”.
O relatório propõe reverter essa tendência com políticas industriais que se articulem com políticas fiscais e monetárias que favoreçam o crescimento, assim como políticas de distribuição de renda para fortalecer os mercados domésticos.
* Leia o documento aqui (em inglês)