Domingo, 28 Abril 2024

Dia histórico. Podemos dizer que assim foi 3 de dezembro último. Centrais sindicais e dirigentes empresariais deram uma lição de patriotismo e responsabilidade ao achaques politiqueiros que rondam Brasília nos últimos dias. Eles lançaram, num ato unitário, na capital paulista, o manifesto “Compromisso pelo Desenvolvimento” apontando medidas econômicas para geração de emprego, renda e crescimento econômico. Todos falaram a mesma língua: a política recessiva de ajuste fiscal deve dar lugar a uma política que eleja o crescimento como ponto de partida e de chegada. Está lançado, como disseram no ato, o “pacto desenvolvimentista”. O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, saudou a iniciativa como fruto da necessidade de união das forças sociais para superar os desafios atuais. “Sabemos que todos lutam em suas trincheiras específicas, mas o Brasil precisa, agora, de muito mais que as nossas lutas individuais. É hora da unidade do capital e do trabalho, sabendo das diferenças, mas também reconhecendo os pontos que nos unem em defesa do Brasil.”

Centrais 03DEZ2015 3Ato colocou, lado a lado, trabalhadores e representantes empresariais do setor produtivo.
Foto de Beatriz Arruda/
Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo
 

Ganz Lúcio disse que a crise é difícil, complexa e que afeta diretamente as empresas e os empregos, comprometendo a capacidade do Estado em promover e garantir direitos, o desenvolvimento, o crescimento no sentido de criar e produzir bem-estar coletivo a todos, qualidade de vida e sustentabilidade ambiental. “Enfrentar os atuais desafios depende da nossa dinâmica econômica – da agricultura, da indústria, do comércio, do setor de serviços e de um mercado interno robusto e da capacidade de exportar os nossos produtos.”

Para o diretor superintendente da Abit, Fernando Pimentel, que informou representar mais de 1,6 milhão de trabalhadores em todo o território nacional, sendo o quarto maior pagador de salário, disse que a razão de “estarmos unidos aqui tem um nome, Brasil”. Mesmo lamentando a queda do Produto Interno do Brasil (PIB) a 4,6%, o dirigente empresarial acredita que o povo brasileiro conseguirá resgatar a confiança e impedir que o ano de 2016 seja perdido. A posição foi reforçada por Carlos Alberto Pires, da CNI, para quem a reconstrução do País deve começar já e pela retomada da indústria, que precisa ser forte e competitiva para vender dentro e fora. “2016 é o ano para fazermos as reformas para crescermos. Por isso estamos juntos aqui em torno de apenas uma bandeira, o Brasil.”

Um dos setores bastante afetados com o desemprego é o do comércio como informou Ricardo Patah, presidente da UGT. “Só na rede de supermercados Pão de Açúcar foram mais de 12 mil demissões nesse ano. Precisamos estancar essa sangria do desemprego e do caos.” No mesmo sentido falou o representante da OAB-SP, Marcos da Costa, avaliando que o ato significava um dia histórico na vida do povo brasileiro: “Vamos vencer a crise da desesperança e do medo com unidade.”

Já o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, cobrou a responsabilidade de Brasília, referindo-se ao governo, que adotou uma política econômica que não favorece o investimento e o crescimento do setor produtivo. “Precisamos de mais patriotismo nesse momento.” A posição foi realçada pelo presidente da Anfavea, Luiz Moan, para quem a questão política está corroendo a economia nacional. “Estamos vendo interesses individuais e corporativos sendo colocados à mesa em detrimento do País.” Ele informa que o setor não deixou de investir, porque “os nossos investidores sabem que essa crise vai passar, porque o Brasil é maior do que ela. O momento é de transição.”

Para o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, trabalhadores e empresários se uniram em torno do documento “Compromisso pelo desenvolvimento” para quebrar a lógica da recessão: “Quanto mais desemprego mais a crise se aprofunda.” Ao mesmo tempo, ele critica a política econômica atual que faz a taxa de juros chegar a mais de 14% ao ano. “Não dá para sobreviver assim. Isso significa desindustrialização e privilegiar o capital financeiro, o rentismo.” Torres diz que a única esperança é o desenvolvimento. “Quando se acaba com a indústria perdemos tecnologia, investimentos e emprego qualificado.” Também criticou a falta de política que evite, por exemplo, a indústria siderúrgica brasileira perder mercado para o aço chinês.

Vagner Freitas, presidente da CUT, criticou os que apostam no discurso da crise permanente e que incentivam o golpismo, referindo-se ao movimento que quer o impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Esse terceiro turno coloca tudo o que conquistamos nos últimos anos em risco. O Brasil está parado pela intolerância daqueles que não aceitam a política para todos.” O dirigente cutista também concorda que é necessário tirar o olhar do rentismo e colocá-lo na produção: “Precisamos de uma política econômica para os 200 milhões de brasileiros.”

Freitas também mencionou a instabilidade política nacional, principalmente em razão da operação Lava Jato, da Polícia Federal, que está investigando situações irregulares junto a contratos da Petrobras. “Punam-se os corruptos, mas não o Brasil, não a Petrobras, não os trabalhadores.”

O manifesto "Compromisso pelo Desenvolvimento" será entregue a presidente Dilma Rousseff e ao Congresso Nacional, segundo os dirigentes das centrais sindicais, no próximo dia 9 de dezembro, em Brasília.

Leia o manifesto “Compromisso pelo Desenvolvimento” aqui

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