Sábado, 23 Novembro 2024

O Brasil sofre hoje as consequências de uma opção equivocada que remonta aos tempos do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), quando o governo, pressionado por interesses norte-americanos e das montadoras que se instalavam no País, tratou de investir apenas na abertura de rodovias. O argumento é do engenheiro e professor de pós-graduação em Transportes e Logística da Universidade de Campinas (Unicamp), Mauro Lourenço. “Claro, o País necessitava de rodovias, mas seus administradores públicos não precisavam ter sido tão negligentes, ao permitir o sucateamento de linhas férreas, portos e aeroportos e até do próprio modal rodoviário.” Todavia, a integração de modais de transportes foi negligenciada no território nacional.

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Ele observa que os caminhões, hoje, quando conseguem vencer as distâncias e passar por sucessivos pedágios, encontram os acessos aos portos congestionados e em estado precário. “Tudo isso significa mais custos logísticos”, destaca, lembrando que, desde 2000, o número de contêineres movimentados no País cresceu três vezes, “mas a infraestrutura viária e portuária praticamente é a mesma que foi construída há três gerações”.

Segundo Lourenço, a saída é ampliar a competitividade nas concessões nos portos e terminais e do modal ferroviário é adotar “medidas que estimulem o uso de ferrovias e hidrovias e da cabotagem, tirando parte da carga das rodovias. Ou seja, a solução passa pela integração dos modais, como se vê na Europa e nos Estados Unidos”.

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*O Dia a Dia é a opinião do Portogente

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