O embaixador Marcos Azambuja, em evento com a presença do ministro Edinho Araújo, da Secretaria de Portos (SEP), em São Paulo, citou o exemplo exitoso da Holanda – país da Europa ocidental – para mostrar que o setor portuário brasileiro precisa ser visto com muita atenção e planejamento. “A Holanda deve sua prosperidade, desde o século XVII, ao porto de Amsterdã e, atualmente, ao de Roterdã.”
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Conforme sua descrição, nada caiu do céu ou foi feito sem estudos e planejamentos, o que transformou o país, segundo o embaixador, numa gigantesca “trading company”. “É um país tão extraordinariamente voltado ao comércio por causa dos seus portos que o comércio exterior, na casa de um trilhão de dólares, supera o seu Produto Interno Bruto (PIB), que é de 900 bilhões de dólares”, argumenta. “Isso dá a medida da importância da sua pasta, ministro”, ressaltou.
O embaixador ensinou: “Não se pode pensar em investimentos na área portuária sem uma contrapartida imediata na infraestrutura ferroviária e rodoviária, que foi os que os holandeses fizeram.” Ele não tem dúvida que o sucesso alcançado pela Holanda se deve em pensar a logística de forma holística e integrada, nada pode estar fora do lugar. Aos portos devem chegar ferrovias, hidrovias e rodovias modernas, seguras, expandidas. Nunca é demais repetir que sem isso estaremos jogando recursos – privados e públicos – no ralo e criando e potencializando gargalos logísticos.
Azambuja finalizou seu ensinamento: “Se a Holanda faz o trânsito das suas mercadorias para toda a Europa e para o mundo é por causa da sua infraestrutura aeroportuária, ferroviária e rodoviária e porque viabiliza o investimento da área portuária. As coisas devem ser feitas sempre em pari passu.”