Deu no site da CNN que Ray Kurzweil, diretor de engenharia da Google, falou na Conferência Exponencial de Finanças, em Nova Iorque, no dia 10 de junho último, que, no futuro, os seres humanos irão ser artificialmente inteligente. Convenhamos que se analisarmos os sete tipos de inteligência definidos por Howard Gardner, olhando para o passado e comparando ao arsenal tecnológico disponível hoje para memorizar informações e elaborar lógicas no processo de decisões, a previsão de Kutzweil parece de pouco impacto.
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Mesmo ao dizer que seremos híbridos, em 2030, isso não é difícil de ser percebido, ao analisarmos a evolução tecnológica nos últimos 30 anos. Quando compramos no varejo, a maioria dos balconistas tem dificuldade em realizar operações aritméticas elementares e simples de cabeça, recorrendo às calculadoras que são equipamentos pertinentes a qualquer balcão de venda. Nesse sentido, a projeção de Kurzweil mostra a velocidade em que se dá a evolução tecnológica na produção de equipamentos sofisticados de memória, lógica e usabilidade.
Para o diretor da Google, o cérebro humano vai se conectar via nanorrobôs – robôs minúsculos feitos de cadeias de DNA, diretamente com a nuvem de computadores, onde haverá milhares de computadores conectados. Assim, ele define esse estado: "Nosso pensamento , em seguida, será um híbrido do pensamento biológico e não- biológico". E seguindo essa tendência, "nosso pensamento será predominantemente não-biológico". Maior e mais complexa a nuvem, mais avançado o nosso pensamento. Mas teremos também a capacidade de retrocedermos nosso cerébro, se assim desejarmos.
Essa concepção de Kurzweil apresenta um cérebro de inteligência de modulação avançada. E conclui: "Nós estamos indo para mesclar e aumentar gradualmente a nós mesmos", disse ele. "Na minha opinião, essa é a natureza do ser humano - transcender as nossas limitações."
Diante de um quadro que até pouco tempo só existia na ficção científica e que causa perplexidade existencial, quem responde a pergunta: e no caso de se enfrentar uma situação adversa sem energia nem equipamento, será que saberemos nos virar suficientemente e apenas com nossas ferramentas naturais; e saberemos ainda amar verdadeiramente?