A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é um mal tempo para navios que chegam ou partem do Porto de Santos (litoral paulista). Vinculada ao Ministério da Saúde, a agência tem como objetivo promover a saúde nos portos e embarcações que navegam em águas territoriais brasileiras. Entretanto, anda na contramão da modernidade e prejudica ainda mais a competitividade dos nossos portos, até mesmo por manter nesses locais um quadro insuficiente em número de agentes.
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A entrada, o trânsito e a operação das embarcações são controlados por documentações sanitárias que não são expedidas com a mesma agilidade da era digital. Entre os prejuízos por aumento do tempo de espera de navios está a perda de atracação por janela no porto seguinte, por atraso da chegada programada. Por isso, navios zarpam com inspeção de validade vencida, mesmo arcando com multas.
Porto 24 horas é o alvo do maior complexo portuário do Hemisfério Sul. Ainda que operando com o recém-implantado sistema de informática Porto Sem Papel, a Anvisa desliga sua operação das 22 às 7 horas da manhã. Para navios que precisam parar o mínimo possível, em qualquer período do dia para serem competitivos, ocorrem prejuízos financeiros e operacionais.
Navios operam geralmente em rede e as redes de navegação são construídas de modo que elas cubram grandes áreas de importantes mercados, para que as embarcações possam ser carregadas facilmente. Por isso, os portos são considerados nós dessas redes e as demoras provocadas pela Anvisa refletem na eficiência dessas redes de navegação.
Talvez a solução para a resistência provocada pela agência seja a descentralização da sua estrutura. Regionalizar os seus quadros e alinhá-los ao negócio do Porto vai melhorar a produtividade das equipes, agilizar a movimentação de navios e de cargas.