Arte: Betto Cordeiro
A implantação do Sistema de Gerenciamento de Informações do Tráfego de Embarcações (na sigla em inglês Vessel Traffic Management Information System, VTMIS), no Porto de Santos, é um desses bichos de várias cabeças que só diretorias de estatais por indicação política conseguem criar. É mais problema do que solução.
Inicialmente orçado em R$ 12 milhões, passos poucos meses depois o custo mais que dobrou, pulou para R$ 36 milhões. 200% mais caro para os cofres públicos. Na escala de prioridades do Porto de Santos, é a última.
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Há mais de 100 anos não ocorre um acidente com navio no Porto de Santos, por deficiência no gerenciamento do tráfego. Nem se verifica atraso na movimentação de embarcações por falta do VTMS. No entanto, o complexo portuário santista vem sendo sufocado por congestionamentos terrestres, por falta de verba para investimentos em infraestrutura.
Mesmo assim, o VTMS vem sendo empurrado a toque de caixa. Sem que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) tenha concluído a sua especificação, a licitação foi lançada e já foi adiada por duas vezes por imperfeições de procedimentos. A última foi no dia 26 último.
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) comunicou que em razão de readequações necessárias no Edital, a abertura das propostas será dia 10 de setembro próximo.
Foto: site rondonianews
Pelo valor do projeto a ser licitado, tanta incerteza e improvisação na sua especificação, sem justificativa real da sua necessidade, parece um bicho de sete cabeças. Com tanto monstro solto em todos os lugares do Brasil, um bicho desse pode servir de alimento para mais indignação popular. Convém matá-lo antes que ele venha para as ruas.