Não foram poucos os dirigentes portuários, empresários e autoridades que disseram neste PortoGente ser imprescindível para o Brasil estimular as atividades de cabotagem e transbordo. No entanto, só boa vontade não basta. As altas tarifas impedem que essas atividades sejam realizadas com maior frequência. O aspecto financeiro é o que determina os rumos dos negócios e será preciso tornar todo o sistema mais atraente economicamente falando.
O Porto de Itajaí (SC) colocou o tema em evidência ao criar resoluções com novas tarifas para ampliar a competitividade desses dois tipos de operação. O porto catarinense vem passando por apuros desde novembro do ano passado, quando foi parcialmente destruído pelas chuvas que castigaram Santa Catarina. Em janeiro deste ano, houve até uma redução de 10% das tarifas em geral para manter a clientela do Porto.
Dessa vez, o Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Itajaí homologou, na última semana, redução de 20% nas tarifas para operação de cabotagem, buscando atrair um novo nicho de mercado. No caso do transbordo, que praticamente inexiste no Porto devido aos custos pouco competitivos nos portos do Brasil e do mundo, será computado apenas um movimento para fins de aplicação de tarifa e não dois, como ocorria anteriormente.
A adoção de estratégias financeiras para ganhar terreno na competição entre portos é interessante para os usuários do sistema. Entretanto, os dirigentes do Porto de Itajaí, das demais Autoridades Portuárias brasileiras e da Secretaria Especial de Portos (SEP) precisam estar atentos para saber se as tarifas cobradas estão de acordo com o serviço prestado, com os valores aplicados em outros modais e se reduções são viáveis economicamente diante do interesse público. Já passou da hora para o estímulo à cabotagem sair da arena das vontades e promessas e se tornar realmente atrativo para os usuários. Mãos a obra?
As altas tarifas para cabotagem e transbordo
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