Os principais executivos das concessionárias de ferrovias no Brasil não aliviam quando o assunto é o acesso ferroviário aos portos. Considerado o ponto mais crítico da cadeia de transporte terrestre, a entrada e a saída de trens dos portos brasileiros ainda estão longe da eficiência. Sem melhorias, a projeção é de que o modal ferroviário cresça de forma tímida nos próximos anos, contrariando as pretensões de investidores e do Governo Federal.
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Na visão do gerente de Relações Institucionais da MRS Logística, José Roberto Lourenço, o desempenho operacional e a manutenção das linhas que dão acesso ou ficam no interior dos complexos portuários brasileiros “têm muito a melhorar”. O gargalo é um dos motivos que não permitem o crescimento do transporte de contêineres nas ferrovias, que só representa 4% diante da matriz nacional de transportes. Outro grande desafio, conforme já mostrou reportagem de PortoGente, se constitui nas altas tarifas cobradas no mercado interno.
Debates sobre investimento ferroviário parecem ser eternos
Como exemplo, Lourenço cita o acesso ferroviário à margem esquerda do Porto de Santos (SP), o principal do País. Embora autoridades municipais, estaduais e federais venham se reunindo com investidores e com a população que será retirada do local, poucos avanços foram feitos até o momento. A transformação da Prainha, situada no município do Guarujá, conta com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A verba, observa o gerente da MRS, é fundamental para terminar com a rotina de saques, arremesso de lixo, atropelamentos, mutilações e até mortes devido à convivência conturbada entre a linha férrea e centenas de famílias na região.