Apesar de o ministro dos Portos, Pedro Brito, ter prometido agilidade na dragagem emergencial do Porto de Itajaí, nenhuma draga chegou ao porto catarinense até agora. Todos os prazos para a obra foram descumpridos e não há uma data confirmada pela Secretaria Especial de Portos (SEP) para o aprofundamento do Rio Itajaí-Açu.
Itajaí convive, há um mês, com a destruição
causada pelas intensas chuvas que atingiram a região
O problema está na empresa chinesa SDC Serviços Marítimos. Ela venceu a licitação por ter oferecido o menor preço à SEP: R$ 17,5 milhões para a dragagem do Rio Itajaí-Açu, que corta os portos de Itajaí e Navegantes. A obra começaria no dia 17, mas, de acordo com fontes do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Itajaí, as três dragas prometidas não virão tão cedo para Santa Catarina.
“A draga maior, de 13 mil metros cúbicos, não virá porque está presa a contrato no Porto Açu, no Rio de Janeiro. Já a draga de 5 mil está em reparos no Rio de Janeiro porque teve um dos eixos danificados. A draga menor, de 3,5 mil metros cúbicos, está em Buenos Aires. Essas informações são muito preocupantes”, reclamou o integrante do CAP local, Alexandre da Rocha, em entrevista à RBS TV.
A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) cobra agilidade no assunto. É que o Estado perde US$ 35 milhões, por dia, com o impasse.
Em plena semana do Natal, o atraso na dragagem irritou ministros e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Existe o risco da SDC ser substituída, na próxima semana, por um consórcio holandês que cobra R$ 27 milhões pelo serviço, mas tem dragas disponíveis para fazer o serviço.
“A empresa chinesa prometeu colocar as dragas em Itajaí logo após a assinatura do contrato. Até agora, isso não apareceu aqui. Estamos recorrendo à Presidência da República para colocar a segunda vencedora no processo. Do jeito que a coisa está, a dragagem do Rio Itajaí-Açu ainda deve demorar pelo menos duas semanas”, reclamou o presidente do CAP, Anselmo José de Souza, à Agência Brasil.
Dragar o Porto de Itajaí se faz urgente e deve ser a prioridade número zero da SEP e do Governo Federal. Depois do serviço feito, cabe saber o que aconteceu nesse processo, já que tal erro está fazendo trabalhadores sofrerem e empresários perderem negócios. É o prolongamento do sofrimento por causa das fortes chuvas que arrasaram o estado catarinense.