Palavra de ministro não é para discutir, é para cumprir. Foi o que aconteceu na reunião do Consad (Conselho de Administração) da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), nesta sexta-feira (23), na sede da Administração da Hidrovia do Paraná (Ahrana), na capital paulista. Na presença do presidente da Codesp, José Di Bella Filho, o conselho acatou a determinação do ministro Pedro Brito, da Secretaria Especial de Portos (SEP), de readmitir imediatamente o advogado Antonio Carlos Paes Alves, dispensado sem justa causa no dia 18 último, e de discutir caso a caso as outras seis demissões, também sem justa causa e que atingiu funcionários de carreira com mais de 20 anos de Codesp.
Segundo informou o representante dos trabalhadores no Conselho, João de Andrade Marques, a palavra de ordem hoje, na Codesp, e, mais uma vez, determinada pela SEP, é “abertura de negociação”. A partir da próxima semana, o jurídico da Codesp e os sindicatos vão discutir as demissões, que também podem ser canceladas.
A reunião do Consad durou quase todo o dia. Na parte da manhã, foi apresentado e discutido o Confis - relatório fiscal da Codesp, que foi aprovado e será entregue aos órgãos competentes em Brasília. No período da tarde transcorreu a parte mais polêmica e quente da pauta, as demissões realizadas pela Codesp nos últimos 20 dias e que provocou um clima de tensão e revolta no Porto de Santos, culminando com os portuários aprovando estado de greve. O mérito das demissões na foi discutido, segundo João de Andrade, para não gerar ainda mais desgaste entre as partes envolvidas.
A crise acabou caindo no colo do ministro Pedro Brito, que se reuniu na última quinta-feira (22), em Brasília, com sindicalistas portuários. No encontro, Brito deixou claro que determinaria a discussão de todas as demissões efetuadas até o momento pela Codesp.
Participaram da reunião: José Roberto Correia Serra, presidente do Consad e representando a SEP; José Di Bella Filho, diretor-presidente da Codesp; Duvanier Paiva Ferreira, representando o ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Octávio Luis Bertacin, representando o acionista minoritário; João de Andrade Marques, representando os trabalhadores e Hermes Anghinoni, da classe empresarial.