Domingo, 24 Novembro 2024

Os sindicatos que representam funcionários da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) voltaram a se reunir nesta quarta-feira (20), em caráter emergencial. Eles decidiram elaborar manifesto conjunto que será encaminhado para o presidente Lula e outras autoridades. As dispensas imotivadas na Codesp também serão denunciadas para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), seção do Brasil.

 

Diz o manifesto:

 

“Em respeito aos clientes do Porto de Santos, aos trabalhadores e às instâncias governamentais, os Sindicatos da Administração Portuária de Santos, dos Engenheiros no Estado de São Paulo e dos Administradores vêm a público para esclarecer e denunciar a grave situação vivida nos últimos dias em decorrência de atos indignos por parte da diretoria da Companhia Docas do Estado de São Paulo – Codesp, em função de demissões imotivadas que, segundo especulações, atingiriam 228 funcionários”.

 

Os sindicatos denunciam que a diretoria da Codesp passou por cima de medida do próprio ministro da Secretaria Especial de Portos (SEP), Pedro Brito:

 

“Face à gravíssima situação financeira que os portos brasileiros vêm atravessando de longa data, o senhor Secretário Especial de Portos (SEP), ministro Pedro Brito, e o senhor advogado Geral da União, Dr. José Antonio Dias Toffoli, baixaram a Portaria Interministerial Nº 16, de 2 de agosto de 2007, constituindo grupo de trabalho “com o objetivo de promover o levantamento e equacionamento dos déficits estruturais e passivos de todas as naturezas existentes nas Companhias Docas”.

 

Os sindicalistas reclamam no manifesto que a diretoria da empresa não “aguardou o equacionamento do passivo a cargo do citado Grupo de Trabalho Interministerial e, atropelando aquele Colegiado que lhe é superior, iniciou uma insana política de demissões sem justa causa na Codesp, atingindo funcionários com larga experiência profissional”.

 

O manifesto destaca a quebra de palavra do presidente da empresa:

 

“Ante a possibilidade de greve no Porto de Santos e face ao clamor dos cidadãos da Baixada Santista, a diretoria da Codesp, por seu presidente, senhor José Di Bella Filho, enviou ofício aos sindicatos comunicando que não havia política de demissões na empresa, seguindo-se a esse comunicado, ofício do senhor Secretário-Adjunto da mesma Secretaria, garantindo que não haveria mais demissões e que as já comunicadas seriam objeto de apreciação na reunião do Conselho de Administração da Codesp, a se realizar nesta sexta-feira (22)”.

 

A preocupação do movimento sindical é que a empresa está forçando um confronto, que vai trazer ainda mais prejuízo para o Porto de Santos:

 

“A pueril irresponsabilidade dos atuais diretores da Codesp, inaceitável para os altos cargos que ocupam, está empurrando o Porto de Santos para uma greve de todo evitável e que não é desejada por estas categorias laborais, pois sabem que o movimento paredista ainda mais fragilizará as finanças da Codesp, que tem origem pública, agora mais combalida com o dispêndio das indenizações legais devidas pela ruptura dos contratos de trabalho desses empregados com muitos anos de casa, o que carreia a sensível impressão de absoluto descaso com o erário”.

 

E apelam:

 

“Sabendo que a paralisação das atividades do porto afetará a comunidade local, o Estado de São Paulo e o próprio País, uma vez que a Codesp responde por 30% do comércio internacional brasileiro, os sindicatos signatários deste manifesto, tentando sensatamente evitar o confronto, apelam ao sentimento patriótico das autoridades federais para que, de imediato, intervenham e adotem as providências necessárias à criação de novo canal de negociação que possa levar a bom termo o quadro calamitoso que hoje se apresenta, uma vez que a própria diretoria da Codesp, pela quebra de confiança, rompeu toda e qualquer possibilidade de diálogo”.

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*O Dia a Dia é a opinião do Portogente

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