Quarta, 28 Mai 2025

Fases de um porto: localização, evolução e especialização (proposta do Bird)

“Quando São Paulo mal era o que veio a ser anos depois, três homens lhe anteviram os destinos, fazendo sua ligação com o mundo. Irineu Evangelista de Souza construiu a ferrovia São Paulo Railway, vencendo a íngreme Serra do Mar; Cândido Gaffrée e Eduardo Palassin Guinle completaram a obra, construindo o Porto de Santos”. Uma iniciativa genuinamente brasileira. Hoje, esse porto e sua região estão ameaçados de perderem suas energias potenciais diferentes, e desperdiçar as distintas possibilidades de transformá-las em movimento. O porto não poder receber os grandes navios, como consequência da perda do momento da intervenção das novas forças. As modernizações atuais possíveis, criações do sistema tecnológico, aceleram as velocidades, a informação, e o consumo. O resultado de tudo isso tem reflexos no mercado de trabalho e geração de progresso.

1dadpg2Porto de águas profundas Ningbo-Zhoushan – profundidade operacional 22,5 metros - China

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Hoje, esse dilema no principal complexo portuário do Brasil e que ameaça a vida no seu entorno, na “Região Metropolitana da Baixada Santista” depende do Espaço-Estado: o Porto de Água Profunda no Estado de São Paulo, o mais pujante do Brasil. Um processo nada trivial e excepcionalmente atrativo aos capitais intensivos. Preparar o principal porto brasileiro para o novo tempo do comércio marítimo global, é tarefa hercúlea e tanto quanto inadiável. Trata-se de sobreviver e ter sucesso. Para tanto, a comunidade do Porto de Santos terá de se transformar em agente de mudança, como ocorreu quando em 1888, os improdutivos trapiches começaram a ser substituídos por cais contínuos de pedras lavradas, sobre os quais são operados guindastes até hoje. Assim, também deve ser destacada a construção da hidrelétrica de Itatinga, inaugurada em 1.910, no município de Bertioga, para gerar energia elétrica para todo o Porto de Santos. Exemplos que devem motivar o atendimento às exigências da nova era desse complexo portuário.

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A Agência Metropolitana da Baixada Santista – AGEM, é um projeto pioneiro, do memorável santista, engenheiro e governador de São Paulo, Mário Covas. O papel dessa agência convém que seja estratégico e focado nos interesses regionais. Abrange 9 municípios conurbados com a atividade portuária. Portanto, cabe à AGEM participar na estruturação dessa região no novo tempo do comércio marítimo dos navios tecnológicos e do desenvolvimento consequente dos seus municípios. Complementada com a participação do governador Tarcísio Gomes de Freitas e o governo Federal, na construção do túnel submerso do Porto de Santos. Cooperação que se espera ser estendida à construção do Porto de Santos de águas profundas, por demais essencial ao progresso do Estado de São Paulo e do Brasil. Um projeto que será uma marca histórica. Operacionalmente, é imperativo debater e propugnar a Regionalização do Porto de Santos. Levando em conta que um porto é um polo de desenvolvimento e uma plataforma logística onde são planejados e coordenados projetos comerciais e industriais, provedores de salários e desenvolvimento regional. Todo santista entende a importância do porto para a Cidade.

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Sem cais de água profunda, o atual Porto de Santos é uma estrutura limitada. Para sobreviver e ter sucesso, toda a sua comunidade deverá estar convencida de criar a mudança. Da Federação das Indústrias de São Paulo – FIESP às demais federações representativas do comércio do Estado, bem como os principais atores do agronegócio nacional que utilizam o Porto de Santos como logística dos seus negócios. Fazem parte desse processo de decisão: aumentar a competitividade do Porto de Santos e decidir por nova logística marítima internacional. Os requisitos dos novos transportadores marítimos do cenário global já estão postos e o Porto de Santos, com profundidade de 15 metros, não está preparado para o tempo atual . Assim, vai perder competitividade, num cenário no qual a sua eficiência portuária exige 17 metros de profundidade e ser entendida levando em conta vários aspectos, principalmente a capacidade para atracar e operar navios modernos, como foi a transição nos idos de 1888, dos navios à vela para os vapores. O porto de Santos com 17 metros de profundidade é uma meta há muito perseguida e necessária. Aspectos que veem sendo levados a sério nos portos do norte, nordeste e no sul brasileiros e que concorrem com o Porto de Santos.

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O futuro do Porto de Santos é pauta permanente do Portogente. Tema de debate, expondo pontos relevantes para promover produtividade e fomentar soluções eficientes, como já em curso nos principais portos mundiais. O projeto Porto de Águas Profundas objetiva promover eficiência, remodelagem, expansão e inserção regional ampliadas do Porto de Santos, com ideias acadêmicas e competência técnica. Uma confederação de atores da atividade do comércio marítimo, com longa experiência operacional no principal porto do Brasil. Um evento com abertura, muito oportuna de acontecer, na Associação Comercial de Santos, como lançamento do projeto de modernização do principal porto do hemisfério sul, que já ocorre nos principais portos mundiais.

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*O Dia a Dia é a opinião do Portogente

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