Quarta, 28 Mai 2025

Ao descobrir uma gravidez, realizar o acompanhamento pré-natal é fundamental para garantir o desenvolvimento saudável do bebê e reduzir os riscos para a gestante. Segundo o Ministério da Saúde, ele deve ser iniciado, preferencialmente, até a 12ª semana de gestação e contribui para prevenir, identificar e tratar patologias que podem afetar a saúde materna e fetal, como hipertensão, diabetes, anemias e malformações congênitas.

Durante o pré-natal, também são avaliados aspectos relacionados à placenta, cuja posição inadequada pode provocar hemorragias graves, e se faz a identificação precoce da pré-eclâmpsia, condição que pode ocasionar convulsões e coma, considerada uma das principais causas de mortalidade materna no Brasil, conforme a pasta.

Entre os principais exames recomendados durante a gestação estão a tipagem sanguínea e fator Rh, hemograma completo, exame de urina e testes para HIV, sífilis e hepatites virais. Nos últimos anos, surgiram também avanços importantes na medicina diagnóstica pré-natal, como o Teste Pré-Natal Não-Invasivo (NIPT), conforme destaca a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Ao explicar como funciona o teste genético, a Fiocruz destaca a evolução que ele representa para a saúde ao permitir a identificação de alterações genéticas no feto a partir de uma amostra de sangue materno. O teste é indicado a partir de nove semanas de gravidez, com o resultado disponível em poucos dias.

Com uma taxa de acerto de 99% para síndromes como Down, Patau, Edwards, Klinefelter e Turner, o NIPT é um exame de rastreio que detecta o DNA fetal livre circulante, sem oferecer riscos para a gestante ou o bebê. No entanto, não substitui a necessidade de avaliações mais invasivas, como a amniocentese ou a biópsia do vilo corial.

Além do monitoramento clínico, o pré-natal também promove um espaço de troca de experiências e conhecimento entre profissionais de saúde e gestantes, favorecendo a compreensão de todo o processo de gestação. O acompanhamento é periódico e contínuo, com intervalos preestabelecidos até o momento do pré-parto ou parto.

Suplementação está entre as recomendações para a gestante

A suplementação nutricional durante a gestação é outra recomendação médica para a prevenção de complicações maternas e fetais. O ácido fólico, também conhecido como folato ou vitamina B9, é imprescindível para a formação do tubo neural do bebê.

A deficiência dessa vitamina pode resultar em complicações como anemia megaloblástica, pré-eclâmpsia, prematuridade, baixo peso ao nascer e defeitos abertos do tubo neural. Para garantir níveis adequados, as gestantes podem tomar metilfolato, forma ativa do folato, especialmente em casos de dificuldade de metabolização.

De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), estudos mostram que o metilfolato apresenta biodisponibilidade superior e uma absorção quase dez vezes maior do que a do ácido fólico convencional.

Outro nutriente que pode ter sua suplementação recomendada é o cálcio. Recentemente, o Ministério da Saúde estabeleceu a suplementação universal desse mineral na Atenção Primária à Saúde, com o objetivo de reduzir os casos de pré-eclâmpsia em até 55%.

A condição pode se manifestar a partir da 20ª semana de gestação e provocar complicações graves, como insuficiência hepática, insuficiência renal e restrição do crescimento fetal. Como grande parte das mulheres brasileiras consome menos cálcio do que o recomendado, a suplementação tem sido uma estratégia prioritária na saúde pública.

Pré-natal também é para os homens

O envolvimento dos parceiros no pré-natal traz benefícios para toda a família. A participação ativa do parceiro ajuda a assegurar o bem-estar biopsicossocial da gestante, do bebê e do próprio pai, criando um ambiente de apoio e responsabilidade compartilhada.

Pensando nisso, o Ministério da Saúde incentiva que os pais também realizem exames, como testes rápidos para sífilis, anti-HIV, hepatites B e C (testes rápidos), hemograma, eletroforese de hemoglobina e lipidograma.

A Fiocruz destaca que essa política de inclusão é válida para todos os parceiros, independentemente de identidade de gênero ou orientação sexual, que se colocam ao lado de uma pessoa que gesta, apoiando e exercendo sua responsabilidade de parceiro ao exercer a parentalidade.

 

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