Terça, 17 Setembro 2024

Chegou a hora de ressignificar o termo ‘planeta’, pelo menos em relação à nossa errante Geos (Terra), pois o passeio já não é mais agradável, por conta dos erros que a Humanidade insiste em cometer

Apesar do nome lembrar algo plano, muito alegrando os terraplanistas, a etimologia nos recorda que o vocábulo grego que lhe deu origem, ‘planetai’ tem o significado de ‘errante’. Essa mesma palavra helênica tem ancestral de origem desconhecida, ‘planasthai’, com o mesmo sentido de ‘passear’ pelo universo. Chegou a hora de ressignificar o termo ‘planeta’, pelo menos em relação à nossa errante Geos (Terra), pois o passeio já não é mais agradável, por conta dos erros que a Humanidade insiste em cometer.

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Antigo jornal santista ‘Expresso Popular’ de 7/4/2015 reflete a demora na resposta das autoridades à catástrofe: “Passadas mais de 100 horas...” / Foto: Reprodução parcial da capa

Veja mais: Aquecimento global pode causar mais situações de clima extremo - Portogente

Há décadas, foram minuciosamente previstas as consequências do Aquecimento Global. Para os terraplanistas, nem existe globo, quanto mais o tal aquecimento (reduzido a um simples ciclo milenar, alternando-se com as eras glaciais). Com base neste conceito distorcido, praticamente nada se faz para evitar o desastre, que se aproxima a cada dia mais rapidamente.

Veja mais: Aquecimento global: o que é a era da ebulição?

Os desastres climáticos que estamos enfrentando em escala planetária mostram que não basta apontar fatos e provas evidentes para que o mundo se mexa. É preciso pressionar continuamente a tecla do alerta, até que os centros do poder decisório se sintam suficientemente desconfortáveis para ter a vontade de mudar algo. E ainda assim, eles (pessoas e países) vão priorizar interesses próprios, será preciso demonstrar que a inação lhes trará prejuízo direto (eleitoral, financeiro, na carreira, no poder...) e também mostrar que as ações não podem mais esperar, senão todos se acomodam.

Veja mais: Região quase teve um aeroporto internacional

Esse padrão global de inação se repete em termos locais. Podíamos falar do projeto centenário da ligação Santos-Guarujá (divulgado em... 19/1/1927!). Podíamos abordar a questão do aeroporto de Guarujá, que já era sonhado em... 19/10/1919! Mais recentes são ideias que não saem do papel (ou das maquetes), como as do porto ‘offshore’ e do cuidado com as instalações de movimentação e manipulação de combustíveis e outros produtos químicos.

Veja mais: Debater a cidade-porto de Santos como tema eleitoral

Tais padrões de inação podem ser observad+os na Baixada Santista pelas reações como o esquecimento da série de denúncias de 1984/85 sobre o estado dos dutos para líquidos e gases perigosos entre o porto e a serra do mar. O que foi feito para evitar novos incêndios como os que fecharam a entrada de Santos e os acessos ao porto por mais de nove dias seguidos, em 2015? Será que a Cetesb está agora preparada para registrar corretamente a poluição do ar no porto após o vexame de dizer que estava tudo bem durante aquela catástrofe? (Só cinco dias depois do início do incêndio na Ultracargo, a Cetesb admitiu, às 10h22 de 7/4/2015, estar mudando sua estação telemétrica da Ponta da Praia para local mais próximo do incêndio, no bairro do Bom Retiro).

Veja mais: Report of Particulate Matter Emissions During the 2015 Fire at Fuel Tanks in Santos, Brazil

Temos eleições municipais à frente. É fácil arrancar promessas que só servem para agradar eleitor e obter seu voto - logo serão esquecidas, pois na maioria dos casos não passam disso: meras promessas, destinadas ao esquecimento. Quantas vezes temos um candidado que, após eleito, não vai logo se compor com seus pares, aceitando alegremente seus conselhos para "não mexer nesse vespeiro"...? Quantos estão mexendo ou pretendem mexer no vespeiro do navio-bomba de gás estacionado no porto, que pode explodir a qualquer momento, cancelando do mapa toda a Baixada Santista?

Veja mais: Santos sob a ameaça do navio-bomba; quem lucra com isso? - Portogente

Sempre existem caciques com interesses “diferentes”, que não podem ser contrariados. Então, só para mais uma vez lembrar: a Baixada Santista está há décadas sentada em bombas e, por muita sorte, apenas se chamuscou com um incendiozinho aqui, outro acolá (leia-se na ‘clave’ da ironia). Logo, alguém vai dizer que Vila Socó nunca existiu, apesar das evidências da tragédia. Bom lembrar que ‘holocausto’ é palavra surgida no século XIII, derivada dos gregos ‘holo’ (inteiro) e ‘kaustós’ (queimado). Queimado por inteiro.

Veja mais (e reflita com atenção): Fogo! A Baixada Santista corre perigo?

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